Economia

Cidade perdeu 8,5 mil empregos no ano passado

Estudo do Caged mostra que, pelo terceiro ano seguido, Betim extinguiu mais vagas de trabalho do que gerou

Publicado em 26 de janeiro de 2017 | 21:45

 
 
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O operador de produção Jorge Wilson foi um dos 8.449 trabalhadores betinenses que perderam o emprego em 2016. Após seis anos trabalhando em uma empresa de que fabrica peças automotivas, ele foi despedido em outubro passado.

“Foi ruim, porque nessa crise que o país vive hoje ficar sem emprego é complicado. Mesmo assim, já comecei a me cadastrar em agências de emprego, atualizar dados em outros cadastros e pedir indicações de amigos que souberem de alguma vaga” disse. “Ficar no seguro-desemprego é que não dá mais”, completou.

Pela terceira vez consecutiva, Betim encerrou um ano demitindo mais gente do que contratando, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foram 8.499 vagas perdidas. Apesar do resultado ruim, o saldo foi um pouco melhor que o registrado em 2015, quando 9.858 postos de trabalho foram fechados.

Segundo o Caged, a indústria de transformação, um dos principais setores empregadores da cidade, foi responsável por 72,7% do total de vagas extintas em 2016, com o fechamento de 6.182 empregos. O segundo setor que mais fechou vagas no ano passado foi o de serviços, com 1.415 vagas a menos no mercado.

A construção civil foi outra área com perda de empregos. O setor, que até chegou a apresentar saldo positivos em alguns meses, fechou o ano com 758 vagas a menos.

Dos oito setores pesquisados pelo Caged, apenas dois apresentaram resultados positivos no ano passado. A agropecuária criou 130 vagas formais, e a administração pública, 23.

Para o professor de economia do Ibmec Sérgio Guerra, a expectativa é que esse cenário persista nos próximos meses. “Mesmo se a atividade econômica for retomada, ainda leva um tempo para que as contratações sejam realizadas de maneira mais significativa. Possivelmente, algumas empresas irão persistir nesse cenário ainda este ano”, afirmou.

A Superintendência de Trabalho e Renda do município está sendo reestrutura com objetivo de atrair empresas e ofertar mais vagas. “Com o licenciamento provisório que será implantado e a reestruturação pela qual passará a superintendência, vamos buscar captar mais vagas de emprego e oferecer cursos de capacitação”, disse o futuro superintendente Antônio Carlos Rocha.