Pandemia

Coronavírus infecta quase metade de uma família em Betim

Felizmente, os avôs, Geraldo Vitor de Aguiar, de 82 anos, e Maria Irani Moreira, de 86, estão fora de risco; dois tios continuam internados e netos e bisnetos estão em isolamento social

Publicado em 04 de julho de 2020 | 09:14

 
 
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Foi após ficar internado em um hospital de São João Del Rei, na região Central de Minas, e, logo depois, ter que ser transferido para uma unidade hospitalar de Belo Horizonte para passar por uma cirurgia, que Geraldo Vitor de Aguiar, de 82 anos, começou a apresentar um dos sintomas do novo coronavírus. Ao chegar em casa, em Betim, na região metropolitana, no início do mês passado, o aposentado teve febre e, quando foi fazer o exame para saber se estava com o novo vírus, testou positivo para a doença. A família suspeita que, durante este período, em que o idoso teve contato com a esposa, de 86 anos, e três dos quatro filhos, todos eles foram infectados.

“São 23 pessoas da minha família: meus avôs, quatros filhos, 11 netos e seis bisnetos. Desses, dez pegaram a doença, além de uma nora, que testou positivo, e um dos genros, que, suspeita-se, também está com o coronavírus. Infelizmente, só fomos descobrir que meu avô estava doente depois de ele ter febre e ir para um hospital particular de Betim. Logo que o levamos para a unidade, ele fez o exame e foi internado. Foram dez dias de sofrimento, já que ele teve que ficar três dias no CTI”, contou uma das netas do casal de idosos, a empresária do ramo de transporte de passageiros, Luane Quezia de Aguiar Correa, de 21 anos, que não está com a Covid-19.

Segundo ela, o fato de o avô ter testado positivo para o novo coronavírus acendeu o alerta para a família, que passou a monitorar mais de perto o quadro de saúde da avó, Maria Irani Moreira. “Ela não teve sintomas, mas, ao verificarmos o oxigênio do sangue dela em casa, vimos que estava muito baixo do normal. Levamos ela às pressas para o mesmo hospital em que meu avô estava e, lá, ela também testou positivo para a doença. No caso dela, que tem diabetes, osteoporose e artrose, ficamos ainda mais desesperados. Por ter outras comorbidades, tínhamos muito medo que algo pior acontecesse com ela. Felizmente, ela recebeu alta do CTI e, agora, está internada no quarto, mas fora de risco”, contou a neta.

Dias depois de os avôs ingressarem no hospital, foram os tios de Luane, Mário Moreira de Aguiar, de 47 anos, Kátia Maria de Aguiar, de 50, e Antônio Carlos de Aguiar, 55, que foram internados na mesma unidade particular de Betim. Todos eles testaram positivo para Covid-19. “Meu tio Antônio graças a Deus, recebeu alta. Já a tia Kátia e o tio Mario continuam internados. Felizmente, eles passam bem, mas ainda precisam ficar sobre os cuidados médicos”, disse empresária.

Apesar de estar mais aliviada, depois de receber a notícia da alta do avô, na última sexta-feira (3), Luane lembrou dos momentos de terror que a família viveu. “Teve um período que a gente tinha medo de atender o telefone e receber uma notícia ruim. Até um áudio que os médicos nos enviavam era motivo de pânico. Todo mundo tinha medo de escutar. Mas, temos fé, o pior já passou. Só dos meus avôs terem se recuperado foi um milagre. Só temos a agradecer e, agora, cuidar da minha avó e dos meus tios que ainda estão internados, além dos meus primos, que estão isolados em casa”, disse Luane.

Emocionada, ela fez um alerta para a população e falou sobre o que aprendeu até agora com tudo aquilo que sua família vem passando. “Essa pandemia nos mostrou que cuidar da nossa saúde nunca é demais. As pessoas têm que ficar isoladas, usar álcool, máscara. Essa doença é tão terrível que podemos pegá-la no ar. Mas, apesar de tudo o que passamos, foi uma lição de vida para nós. Meu conselho é: ame mais, abrace mais. Hoje (sexta), depois do meu avô ter recebido alta, pude sentir o abraço dele, algo que eu queria fazer há dias. Infelizmente, meu avô está muito abalado. Toda vez que ele fala sobre a doença, pede para as pessoas terem cuidado. Apesar de ele não ter tido sintomas graves, sofreu muito por ter que ficar isolado, longe da família. E é isso que realmente importa, a família. Dinheiro, casa, emprego, a gente conquista depois. Mas um ente querido, se a gente perde, não tem como tê-lo de volta”, frisou a betinense.