Uma jovem trabalhadora e muito saudável, Gabrielly Dias, 21, foi mais uma moradora de Betim, na região metropolitana, surpreendida pelo novo coronavírus. A auxiliar de produção que, desde o início da pandemia só saía de casa para ir ao serviço, ficou 18 dias internada no CTI do Centro de Cuidados Intensivos (Cecovid 4), que fica no centro-materno infantil e, após melhorar seu quadro de saúde, ainda precisou ficar em um leito de enfermaria da unidade hospitalar por mais seis dias.
Segundo a mãe dela, Ruth Dias, 51, a filha está se recuperando, mas ainda sofre sequelas causadas pela doença. “Ela teve os rins comprometidos e terá que fazer sessões de hemodiálise por um período. E, como ficou entubada por um tempo, ainda está com dificuldades para falar, a voz está rouca. Mas, graças a Deus, ela está melhor e vai ficar bem”, disse.
Apesar de estar mais aliviada, a mãe falou do sofrimento vivido pela família e foi enfática em dizer que as pessoas precisam seguir as medidas de segurança, como usar álcool em gel e máscaras, e manter o isolamento social.
“Foi um processo muito difícil. Minha filha e eu sofremos muito. Eu não podia vê-la, só tinha notícias pelo boletim médico. Queria estar ao lado dela e não podia, sofri demais. Minha filha também sofreu, tinha que ficar isolada no hospital, entubada. Ela perdeu quase dez quilos. A recuperação dela foi um milagre, não tenho palavras para agradecer. Agora vejo o quanto é importante as pessoas se cuidarem, manterem o isolamento. A doença está aí, existe, só que a gente não pensa que não vai acontecer com a gente”, asseverou a mãe de Gabrielly.