Agosto Dourado

Em Betim, 49% dos bebês até 6 meses têm aleitamento exclusivo

Apesar de o índice atender a meta da OMS, especialista diz que taxa pode ser melhor

Publicado em 22 de agosto de 2019 | 20:43

 
 
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Em Betim, 49,46% dos bebês menores de seis meses foram alimentados em 2018 exclusivamente com leite materno, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, com base em levantamento feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Para especialistas, o índice, apesar de ultrapassar a média mundial, calculada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 40%, e se equiparar a meta preconizada pela organização para 2025, pode ser melhorada.

“Sabemos que muitas mães não vão conseguir amamentar por passarem por algum tipo de dificuldade, mas o aleitamento materno reduz a mortalidade infantil. Quanto mais crianças forem amamentadas, mais mortes de bebês poderão ser evitados. Por isso, a importância do incentivo ao aleitamento”, pontuou Fabrícia Pugedo, referência técnica da saúde da criança na rede pública de Betim.

Para fortalecer as ações de incentivo ao aleitamento materno no município, no mês dedicado à iniciativa em todo o país, por meio do “Agosto Dourado”, a prefeitura realizou, na última quinta (22), um “mamaço” no Hospital Regional.

Na ação, que contou com a participação de cerca de 25 mulheres, foi realizada ainda uma roda de conversa, que discutiu, dentre outros temas, a importância de uma rede de apoio para o sucesso do aleitamento materno e o aumento da doação de leite humano.

“A amamentação é uma vacina natural. Além de oferecer todo o aparato de anticorpos para o bebê, desde os primeiros dias de sua vida, o leite materno possui todos os nutrientes necessários para a criança até os seis meses de idade. Para a mãe, além de aumentar o vínculo com o bebê, o ato ajuda a voltar ao seu peso normal de forma mais rápida e evita a hemorragia pós-parto”, explicou Camila Baccrini, obstetra do Hospital Regional de Betim há sete anos e também doadora de leite materno.

A betinense Érika da Silva, 35, é uma das mulheres que participou do ato, amamentando o seu filho, o pequeno Saymon, de 12 dias. Para ela, o leite materno é fundamental para o bom crescimento e a saúde dos bebês. “O melhor alimento que a criança tem é o leite materno, além de ser o momento mais próximo que a mãe tem com o seu filho. Por isso, não abro mão do aleitamento, mesmo diante de olhares, muitas vezes, preconceituosos”, disse.

Amigo da Criança

Outro objetivo do “mamaço” foi contribuir para o hospital manter o título de Hospital Amigo da Criança, validado anualmente pelo Ministério da Saúde, com base no atendimento aos dez passos de incentivo ao aleitamento materno, que tem como princípios informar às gestantes sobre os benefícios da amamentação, o manejo correto do aleitamento materno e praticar o alojamento conjunto para permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos 24 horas por dia após o parto.