Por fim, o já sabido: o prefeito de Contagem, Alex de Freitas (sem partido) anunciou que não disputará a reeleição no pleito do próximo mês de outubro. Pela narrativa oficial, Alex atribui dubiedade ao “instrumento da reeleição”, ao choque entre o dever do ofício e o cálculo eleitoral das ações à frente do cargo.
A realidade política, porém, repousa na inviabilidade do intento, pela indissolúvel rejeição do atual prefeito. Pesquisa feita pelo Instituto Paraná, no mês de outubro do ano passado, apontaram rejeição a Alex de Freitas na casa dos 78%. Nas intenções de votos, figurava o quinto lugar, com 4,6%, atrás dos seus principais adversários, os deputados estaduais Professor Irineu (PSL) e Marília Campos (PT).
Engana-se quem acha que o atual prefeito não participará das eleições. Alex até pode ter saído da condição de candidato, mas retorna para uma área onde trabalhou por muito tempo: a sombra dos bastidores e da articulação política.
Não é de agora que o atual prefeito já considerava construir a candidatura para a qual uma derrota seria mais “confortável”. É o famoso “perder ganhando”.
O primeiro plano B do atual prefeito foi o deputado federal Leo Motta. Nem bem havia tomado posse para seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, Motta anunciou sua condição de “pré-candidato”. Logo de partida, a articulação intencionava criar dificuldades ao deputado estadual Professor Irineu. Leo Motta dizia ter o domínio do PSL em Contagem. Também vendia ter amplo acesso e interlocução com o presidente Jair Bolsonaro. Tudo desmentido num curto espaço de tempo.
No início do ano Professor Irineu assumiu a presidência do PSL de Contagem, substituindo Leo Motta. Havia expectativa na criação do partido Aliança. Deu em nada. O partido não se viabilizará em tempo hábil para a disputa das eleições municipais. A relação entre Leo Motta e Alex de Freias terminou por “azedar” quando Contagem recebeu apenas R$ 624 mil do Governo Federal, ante o pedido de R$ 25 milhões, dos recursos disponibilizados aos municípios atingidos pelas chuvas.
Alex tentará outro candidato para chamar de seu, ainda que secretamente, ou terá vários? Nas redes sociais, militantes políticos apontam toda sorte de movimento de aproximação do atual prefeito.
Ontem, por exemplo, o PCdoB de Contagem publicou nota comentando a desistência do prefeito. Em dado momento do texto, acusa a filiação do vereador Wellington Ortopedista no Republicanos, já como manobra do atual prefeito.
Com um dos filhos nomeados na prefeitura e tendo acompanhado o prefeito em uma visita a Unidade XVI, a ex-vereadora Maria José Chioddi também figuraria com uma das apostas do atual prefeito.
Vindo de Belo Horizonte, onde já fora vereador, a pré-candidatura de Rafael Martins, segundo cogitações em redes sociais, seria uma articulação do prefeito Alex de Freitas com o senador Carlos Viana (PSD).
O silêncio do ex-prefeito Ademir Lucas, nos últimos três anos, sobre a retomada da cobrança do IPTU residencial, cuja isenção fora o autor em 1989, também deixa suspeitas nas redes sociais. A informação de que uma das suas filhas fora nomeada pelo atual prefeito agrava ainda mais a desconfiança. Da mesma forma, recai cisma sobre o Coronel Fiuza, por ter escolhido como escritório político um antigo comitê de Alex de Freitas.
Nessas horas, levavam vantagem todos os que opuseram, de forma clara, ao atual prefeito. Quem ficou em cima do muro, agora, corre o risco de cair.
- O Tempo Contagem
- Artigo
Quem será o candidato do prefeito Alex de Freitas?
Nas redes sociais, militantes políticos apontam toda sorte de movimento de aproximação do atual chefe do Executivo
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