Em novembro do ano passado, a vida da professora Cláudia Andrea Amorim Cesar virou de ponta à cabeça. Após passar dias em diversos hospitais investigando o surgimento de um caroço no pescoço do filho, os resultados dos exames não poderiam ser mais assustadores: Marcos Felipe, de apenas 8 anos, foi diagnosticado com Linfoma de Burkitt – um câncer altamente agressivo que acomete, principalmente, a faixa etária pediátrica e pode duplicar de tamanho em apenas 24h.
A partir daí, a vida da família, que mora no bairro Santa Helena, mudou completamente. Mãe de outros dois filhos mais velhos, Cláudia precisou sair do emprego para cuidar do filho doente, e a situação piorou dia após dia. “Na medida em que ele fazia as quimioterapias, novos tumores apareciam, e os médicos não nos davam respostas convincentes. Até que, por meio das redes sociais, procuramos informações com pessoas que já foram acometidas por esse linfoma e que nos referendaram especialistas nessa doença”, diz. Porém, os médicos só atendem no hospital Albert Einsten, em São Paulo, e o plano de saúde da família não tem cobertura nessa área.
Mesmo sem condições financeiras para arcar com os custos da viagem e do possível tratamento, Cláudia se agarrou a essa nova oportunidade e, após muitas tentativas, conseguiu agendar uma consulta para o filho.
Para felicidade e alívio da família, a jornalista Camila Corrêa – ex-aluna de Cláudia – ficou sabendo da situação e decidiu que precisava fazer algo para ajudá-los. “Eu queria encontrar a melhor forma de ajudar o Marcos e, como não tinha dinheiro pra isso, pensei em criar uma página no Facebook, porque conhecia outras iniciativas parecidas que deram certo. Conversei com a Cláudia e ela topou. Fizemos uma fanpage chamada “Ajude o Marcos” e, em menos de 24 horas, passamos de 500 curtidas. Agora somos mais de 2.500 likes”, conta.
Sensibilizada com a situação, Camila foi além. “Dois dias antes de criar a página, cortei o cabelo pra doar para o Cabelegria – um projeto que faz perucas para crianças com câncer. Se cada um fizer algo simples, as coisas vão se tornando menos difíceis pra quem passa por essa luta”, ressalta.
Agradecida
Para Cláudia, essa simples atitude mudou a trajetória do filho. “Fico muito emocionada e agradecida. Quando vimos uma mobilização dessa dimensão passamos a crer mais na humanidade e na solidariedade”, garante. Ela ainda confirma que as pessoas realmente se sensibilizaram, e as doações estão chegando a todo instante.
Nos últimos dias, Marcos tem se sentido bem e, com os pais, viajou para São Paulo na última quarta-feira (16). Eles ainda não sabem quanto tempo devem permanecer por lá, no entanto, a colaboração das pessoas continuam necessárias.
“A viagem é o primeiro passo. Teremos que pagar consultas, arcar com despesas na estrada e na estadia em São Paulo. Não temos noção do custo do tratamento e, por isso, contamos com a campanha para conseguirmos chegar até o fim”, ressalta.