Esse “faz de conta que estudo, faz de conta que ensino”, vai espalhando-se feito praga na lavoura. O desinteresse em aprender e o desestímulo em ensinar andam como irmãos siameses, condenados a seguir mesmo destino.
Ninguém aguenta mais quadro-negro, carteiras e salas fechadas. Parece repetição de filme de horror em preto e branco todo santo dia. Perdeu a graça, esgotou a paciência, não há estímulo que sobreviva. Cemitério de antigos talentos e SUS de novos.
Lamento pelos heroicos professores que ainda tiram “água de pedra”. Ou da minoria de alunos que, sedentos de conhecimentos e sonhadores de um futuro melhor, cata nas ruínas da escola algo que a alimente de esperança. Pais dividem-se entre os que lutam na última fronteira antes do fracasso e os que já abandonaram a luta e não estão nem aí.
Funcionários recolhem o que podem no fim da feira para que a escola não dê seus últimos suspiros de inanição.
Enquanto isso, políticos, teóricos, burocratas e acadêmicos mofam em congressos, teses e reuniões para salvar a educação. Guerra de egos, vaidade e ETs que atualmente se engalfinham no tema “Escola sem partidos”. Enquanto isso: a orquestra toca no convés do Titanic. Vejo, neto do Zé Cocão que sou, duas vertentes (ou profecias, se preferirem):
1) Escolas cibernéticas: através de realidade virtual, os alunos são lançados no espaço virtual, com seus óculos de realidade virtual, ou ambientes inteiros, viajando no tempo e espaço, na história, geografia, física, química. Travou? Um professor holográfico interfere. Localizou uma área cerebral incompetente, injetam-se nanorobôs para refazerem as sinapses neuronais. Chique né? Mas atenção: sujeitos a hackers russos, chineses, conhecimentos fakes e bugs, que podem gerar autismos cibernético, desordem cérebro-maquina e outros diagnósticos que sempre surgirão.
2) Escolas neogregas: fora paredes, quadros-negros, muros altos. Vamos para a natureza, observá-la. Afinal, todas as leis matemáticas, físicas, químicas e biológicas, vêm do universo que nos cerca. Caminhar, acampar, sentir. Um mestre perto da fogueira , um grupo de jovens ouvindo-o. Proibido eletrônico. Sobreviva. Tudo que precisamos está aqui. Não adianta chamar o papai. Somos frutos de uma tabela periódica. Ao todo, 67% de nós é água. Outros 14% , carbono, e aí vai.
O belo é que em cada um de nós vibram esses elementos da tabela periódica e produzem pensamento, sentimento, desejos e fé.
Como aprendi tudo isso?Na escola, que me estimulou a ler e andar no mato, e adaptando-me à tecnologia. Seja lá o que aconteça, quero ser eterno aluno e ensinar o que aprendo.
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