Já eram 23 jogos sem balançar as redes, muitos deles figurando no banco de reservas, outras partidas sem sequer pisar em campo. Situação, no mínimo, constrangedora para quem já vestiu camisas pesadas como de Santos, Real Madrid, Milan e seleção brasileira, além do Atlético. Mas Robinho desencantou. Os dois gols no último fim de semana, contra o Atlético-PR, são emblemáticos para simbolizar a vontade inicial de Oswaldo de Oliveira na chegada a Belo Horizonte.
Em um sempre difícil começo de trabalho com a temporada já em andamento — o que vale para todos os comandantes –, Oswaldo traz para seu lado quem considera referência técnica e de liderança. Deixou claro ter como “missão” recuperar o futebol de Robinho, que, inegavelmente, vinha muito mal.
A estratégia é totalmente diferente da de Rogério Micale, que, ao contrário, pontuou desde o início que Robinho era reserva — o que ficou comprovado com a ausência dele entre os 11 iniciais em nove de 13 partidas — e chegou a testar como titulares opções inexplicáveis, como Pablo, em um jogo do tamanho de Atlético x Corinthians. Marlone também chegou a ser escolhido no segundo tempo numa partida em que Robinho sequer entrou. Indefensável.
“Fico muito triste de vê-lo no banco, sem dar a recompensa que a torcida espera. Vou conversar com ele para ver o que podemos fazer para voltar a ser o Robinho que conhecemos”. A frase de Oswaldo em sua chegada ao Galo certamente foi um combustível ao camisa 7 e é uma escolha com a qual concordo bastante.
Seja em qual esporte for, confiança é tudo. A motivação é diferente quando se é abraçado no projeto do que quando se é claramente deixado de lado, e aí não entro nos méritos, se estamos falando de um jogador caro ou barato, com salário de R$ 10 mil ou R$ 1 milhão.
Isso vale para Robinho, que já viveu grandes momentos no futebol mundial, ou qualquer outro atleta que possa estar iniciando sua caminhada no esporte.
É evidente que foi apenas um jogo, o da estreia de Oswaldo, e Robinho ainda precisa provar na sequência do ano que pode ajudar e, quem sabe, merecer uma renovação de contrato. Também é claro que seu 2017 é bem inferior a um positivo 2016 de artilharia. Porém, também entendo que é muito melhor se investir num jogador de quem se pode esperar algum retorno técnico do que em outros que fatalmente nunca entregaram o mesmo em campo.
Quem é considerado importante pelo grupo certamente tende a desempenhar melhor papel.
Final. O Atlético tem, hoje, às 21h45, a final da Primeira Liga contra o Londrina, evidentemente de menor nível técnico, mas com alguns jogadores interessantes e momentos, de certo modo, positivos na Série B. Se uma conquista alvinegra não apaga o ano marcado por uma administração ruim, por outro lado um título é muito importante para o time paranaense, que tem a chance de levantar um troféu contra um grande do futebol brasileiro.
A rádio Super Notícia FM transmite a partida com sua equipe no Estádio do Café: narração de Hugo Sérgio e reportagens de Roberto Abras e Lohanna Lima.
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