Há alguns anos, um fenômeno interessante vem acontecendo com algumas torcidas, entre elas a do Cruzeiro. De exigente nos anos 90, quando via-se a equipe em grandes conquistas, batendo recordes nas grandes decisões, para os apoios incondicionais nos complicados 2015 e 2016. E o que se viu no Maracanã, no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, foi coisa de cinema.
Houve um hiato de grandes conquistas após 2003, é verdade, além da depressão pós-Libertadores de 2009, culminando na ausência do Mineirão para os encontros não tão calorosos na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e muito menos no Independência, em 2012. Não faço uma crítica ao torcedor que normalmente saía de Belo Horizonte para poder ver Montillo e companhia na cidade vizinha, mas nem o vice-campeonato nacional de 2010 chegou a empolgar, de fato, os celestes.
Na conquista do Brasileirão em 2013, coincidindo com a volta do Gigante da Pampulha, finalmente o torcedor do Cruzeiro se viu no direito de encantar. E, com isso, o apoio veio com muita força, alcançando o posto de maior média de público daquela edição, com cerca de 30 mil pessoas por jogo. Inclusive, conquistou o recorde de público em partidas de clubes na nova arena, no Cruzeiro 3 x 0 Grêmio, com 56.854 pessoas, na partida que praticamente selou o título daquela temporada. Para os que achavam que a torcida não movia o time, a média foi repetida em 2014, junto com o bicampeonato.
Foi nesse biênio, embalados por Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, que os fãs da Raposa começaram suas invasões em massa no Maracanã. Claro, uma visita diferente da que aconteceu em 1976, quando a torcida do Corinthians dividiu o estádio carioca com os torcedores do Fluminense na semifinal do Brasileiro – estima-se que 70 mil alvinegros tenham viajado de São Paulo para o Rio de Janeiro, em uma época em que não havia cota definida para os visitantes.
No caso azul, nos duelos com Flamengo e Fluminense, que costumam mandar grandes jogos no palco da final da Copa do Mundo de 2014, os celestes também apoiavam em bom número, praticamente fechando o setor de visitantes com os cerca de 5.000 ingressos que lhe cabiam.
No entanto, no último dia 7, os cruzeirenses se superaram. Mesmo com o time acuado em campo, tomando pressão do rival, a torcida não parava de cantar. Em vários momentos do segundo tempo, a parte rubro-negra ficou apreensiva, enquanto o lado azul, com mais de 5.800 torcedores, calou o Maraca, algo nunca visto no estádio recém-reformado. E o que antes eram apenas lapsos de paixão se tornou euforia em rede nacional quando Arrascaeta marcou o gol de empate no fim da partida.
Certamente, o que aconteceu no Dia da Independência será um divisor de águas para alguns, que insistiam em dizer que os cruzeirenses eram frios e não tão passionais como torcedores de outros grandes clubes do futebol brasileiro. Um erro, baseado em comentários equivocados e, muitas vezes, viciados. Poucas torcidas do país proporcionariam algo parecido como o que aconteceu na última quinta-feira, e, para a sorte de Mano Menezes, uma delas é a do Cruzeiro.
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