Reza a lenda que no Brasil o ano só começa após o Carnaval. É hora de encarar a realidade. 2015 promete e preocupa. Emoções fortes nos esperam.
Não há notícia boa no front econômico. Do crescimento zero ao naufrágio de nossa maior empresa, as expectativas se deterioram. A credibilidade da presidente Dilma despenca, como demonstrou a última pesquisa Datafolha. Não é para menos. Formou-se a percepção de um verdadeiro “estelionato eleitoral”. Tudo o que foi dito na campanha foi desdito nos meses seguintes.
Para agravar o quadro, o cenário internacional não ajuda. O preço das commodities despenca. A recuperação mundial é lenta. A política externa brasileira é um desastre e reafirma sua vocação terceiro-mundista. O dano à imagem brasileira com o escândalo da Petrobras é incalculável. O Brasil está sendo objeto de investigações nos Estados Unidos, na Suíça e na Holanda.
É dentro desse ambiente explosivo que a bateria da operação Lava Jato deve acelerar as investigações e precipitar os desdobramentos. É de se esperar que o procurador-geral da República apresente denúncia ao Supremo envolvendo dezenas de agentes políticos. A CPI da Câmara dos Deputados deve aprofundar as investigações, estabelecendo os laços financeiros e políticos entre a direção da Petrobras, partidos, governo e empresas privadas. Cresce a inquietação nas ruas. As redes sociais cobram atitudes fortes contra corruptos e corruptores. Grupos sociais convocam uma grande manifestação nacional para o dia 15 de março. A base do governo no Congresso exibe profundas rachaduras e impõe derrotas a Dilma nas duas primeiras semanas de mandato.
O cenário pós-Carnaval é complexo e desafiador.
O PSDB é líder das oposições e alternativa real de poder. Galvanizou sonhos e esperanças de 51 milhões de brasileiros. Temos que ter a coragem de liderar a resistência aos desmandos do PT, mas também ter a responsabilidade de não patrocinar aventuras. Muitos nos cobram que empunhemos de imediato a bandeira do afastamento de Dilma. Impeachment não é objetivo nem fruto de vontade unilateral de um ou mais atores políticos e sociais. O PT está nas cordas e tenta levar todos para a vala comum da irresponsabilidade e da corrupção. Impeachment é consequência, resultado, ponto de chegada, instrumento constitucional. Lutamos muito pela democracia, consolidamos instituições, e a Constituição cidadã está em vigor. O PT tenta nos carimbar como golpistas. Faremos tudo dentro dos marcos constitucionais. Impeachment pressupõe evidências jurídicas sólidas e irrefutáveis e apoio social e parlamentar.
A CPI e a operação Lava Jato ditarão o ritmo. Com determinação e coerência, canalizaremos a insatisfação da maioria da população brasileira. Com competência e habilidade, estaremos ao lado da sociedade para recolocarmos o Brasil nos trilhos, mas não podemos tropeçar na tentação de passar o carro na frente dos bois.
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