Não sei o que é pior: a qualidade da gestão estadual ou os argumentos dos líderes do PT sobre a crise financeira de Minas. As inverdades parecem ser a estratégia para enfrentar o fortíssimo nome do senador e ex-governador Antonio Anastasia.
É preciso pôr as coisas em pratos limpos, colocando os pingos nos “is”.
A primeira inverdade é que todos os Estados estão em situação semelhante a Minas, já que seria uma crise nacional. Apenas seis Estados não pagaram o 13º salário. São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Bahia e Goiás estão com pagamentos em dia e investimentos significativos. É evidente que a recessão afetou as finanças estaduais. Mas, onde houve boa gestão, o ajuste foi feito e o trem não saiu dos trilhos.
A “Folha de S.Paulo” publicou matéria no dia 16.2.2015 na qual retrata, com base em relatório do Banco Central, que, de 27 unidades da Federação, 17 fecharam 2014 no vermelho, acusando déficits primários (que não incluem as despesas financeiras). Isso indicava que os novos governos deveriam apertar os cintos. Para desalento dos petistas, o governador Alberto Pinto Coelho entregou o governo no azul, com o melhor resultado entre todos os Estados: um superávit primário de R$ 3,1 bilhões. Os piores resultados foram, em termos absolutos, o Rio de Janeiro, e em termos relativos, o Acre.
Não foi à toa que a agência Standard & Poor’s conferiu grau de investimento para o desempenho de Minas até 2014.
Dados da própria SEF/MG atestam que os gastos de pessoal em 2014 estavam enquadrados na Lei de Responsabilidade Fiscal (43,49%), bem abaixo do limite máximo (49%) e do prudencial (46,55%). Ao final do primeiro ano do governo Pimentel, o índice foi para 47,91%.
Além de não processar o ajuste necessário, Pimentel abriu mão de cobrar mais de R$ 1 bilhão devidos pelo Banco do Brasil, graças à má vontade da gestão federal petista com o governo do PSDB/PP, fruto de dois empréstimos contratados, o que levou à paralisação de muitas obras. Isso se somou a outros R$ 2,5 bilhões retirados de Minas pelas desonerações feitas por Dilma e sua equipe.
As decisões de investimento e aumento de despesas correntes dos governos Aécio e Anastasia se deram em outro ambiente econômico. Em 2010, o PIB cresceu 7,5%; em 2011, 4%; em 2013, 3%. Graças aos equívocos de Dilma, a economia mergulhou na maior recessão da história, com crescimento negativo de -3,8% e -3,6% em 2015 e 2016, primeiros anos do governo Pimentel.
O governador é economista e foi um dos artífices da nefasta “Nova Matriz Econômica” de Dilma, de quem era ministro junto com Guido Mantega e Arno Augustin. Não pode alegar desconhecimento do que estava para acontecer. Ainda assim, em vez de pisar no freio, acelerou os gastos.
Portanto, construam melhores argumentos. A sociedade quer cada vez mais verdade e transparência. “Fake news” não ganharão eleição.
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