Reação de Chicago
Nesta segunda-feira, enquanto os brasileiros brincavam no Carnaval, a bolsa em Chicago – que aponta tendências no mercado de commodities – registrava um crescimento forte e generalizado das cotações agrícolas, com destaque para trigo e soja. O movimento de alta começou ainda em 2017 e acelerou no mês passado. A reação das commodities está sendo vista como reflexo das políticas de Trump. E, sendo assim, é uma tendência que pode ficar por um bom tempo, pelo menos até a eleição presidencial nos EUA em 2020.
Boom a caminho
O Goldman Sachs é uma das instituições financeiras que projetam alta para as commodities em 2018. O cenário positivo para os grãos agrícolas e bens primários em geral (metais, petróleo, etc.) leva em conta maior demanda global por matérias-primas nos próximos meses. Demanda maior que viria com a expansão da economia em todo o mundo, em especial nos EUA, onde se aposta numa aceleração do crescimento neste ano.
Pressão na mesa
A esperada alta das commodities terá impacto no bolso dos brasileiros. Até aqui os preços dos alimentos foram decisivos para derrubar o IPCA aos níveis mais baixos em 20 anos. Se a reação de Chicago continuar, a comida pode virar um vilão no orçamento familiar. E pressionar a inflação.
Só aplausos
A população gostou de ver Belo Horizonte se transformar em um dos maiores destinos de Carnaval. São frequentes, nas janelas dos edifícios, as manifestações de aprovação das pessoas aos blocos que ocupam as avenidas e ruas da cidade. Quem não curte a folia e prefere ficar em casa está apoiando o evento pela movimentação positiva que ele gera na economia local.
Polícia legal
A Polícia Militar (PM) está “saindo bem nas fotos” do Carnaval de BH. Ninguém se queixou do policiamento, não houve registros violentos, ouvem-se muitos elogios. Se a ação policial não rendeu votos, no mínimo, sustentou bem a imagem do governo Pimentel, que através da PM responde por parte da bela festa.
Sinal verde
A diretoria do BID disse a Pimentel, ontem, em Washington, que pode levantar um fundo de R$ 2 bilhões para investimentos em Minas. Parte seria para projetos da Copasa, já que o saneamento é um dos focos da instituição. Como o Estado tem capacidade de endividamento limitada, a ideia é viabilizar recursos para empresas e iniciativas que não tenham o governo como tomador. O BID pode entrar também na área de concessões.
Haline Valadares, Ana Carolina Brito, Daiana Ferreira e Gláucia Campolina
Triunfo anti-Temer
Este está sendo o Carnaval anti-Temer. Apresentado como um monstro ou símbolo da maldade na maior vitrine carnavalesca do país, o sambódromo do Rio, o presidente da República tem sido alvo sistemático de hostilidades nos blocos de BH. Em quase todas as concentrações de foliões até agora, bastou alguém puxar o bordão para se ouvir um estrondoso “Fora Temer” na multidão. A rejeição ao presidente nunca pareceu tão evidente e intensa.
Pecado insanável
As manifestações espontâneas dos foliões estão revelando um sentimento anti-Temer bem mais profundo e resistente do que se imaginava. A rejeição ao presidente vai além da indignação com os escândalos de corrupção e da insatisfação com reformas econômicas; hoje, a birra nacional contra Temer tem muito (ou tudo) a ver com a forma como ele chegou ao poder, por um processo cada vez mais questionado. A visão do impeachment como um golpe político vem crescendo na população nos últimos meses. Junto, aumenta a percepção de Temer como um governante ilegítimo. E isso é um pecado insanável. Pelo que indicou o Carnaval, mesmo com eventual melhora do país, o presidente vai continuar impopular até o fim do seu mandato.