Em 2013, milhares de pessoas foram às ruas do país para protestar pelos mais diversos motivos e intenções. Sem pauta definida, o recado das ruas, segundo muitos cientistas políticos, parecia apontar para algo mais profundo: um clamor por partidos com metas e programas que tenham participação política e partidária, além de compromisso com a coletividade, e não apenas com o governo. A crise era de representatividade.
E eis que surge 2014 e, com ele, vêm as eleições. E o que se vê? Pesquisas de intenções de voto que apontam para a vitória de velhos nomes, de partidos conservadores, sem compromisso com a coletividade e a participação popular, caso da maior capital do Brasil, onde ocorreram uma das maiores manifestações no ano passado.
Como explicar, depois de protestos daquelas proporções, que pareciam demonstrar uma generalizada insatisfação com políticos e governos, uma vitória em primeiro turno para Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo?
Cito São Paulo porque me parece o caso mais emblemático, além de ter sido ali o estopim de todas as manifestações que viriam a seguir. Foi na capital paulista que surgiu a expressão “não é pelos 20 centavos” para mostrar para o Brasil que as manifestações não eram apenas pela redução da tarifa de ônibus, mas mais amplas.
Portanto, é de estranhar que um governo que coloca o Estado na maior seca de sua história, faz uso de violência contra famílias inteiras em ação de despejo, que está levando a USP à bancarrota e deixou de investir no metrô, entre outros desastres administrativos, esteja praticamente reeleito.
Enquanto isso, o prefeito Fernando Haddad, que sancionou um Plano Diretor invejado no país inteiro e elogiado pela ONU-Habitat, que está instalando corredores de ônibus e ciclovias pela cidade toda, implantou um programa inovador de apoio a usuários de crack, aumentou a capacidade de reciclagem de lixo da cidade, garantiu a reabertura do cinema Belas, entre outras benfeitorias para a cidade, tem seu governo reprovado.
Ou os cientistas políticos estavam errados, ou as pesquisas estão equivocadas.
Em outubro, saberemos. Se a primeira hipótese for verdadeira, os paulistas precisam urgentemente deitar-se no divã. Falta de autoestima se trata com psicanálise.
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