De que adianta um clube do interior, depois de tantos anos, decidir o título estadual com um grande da capital se não pode fazê-lo em sua casa, mesmo tendo uma campanha impecável, ganhando dentro de campo esse direito?
Sempre aparece uma autoridade “competente” em alguma instância para criar essa situação. Agora é o Corpo de Bombeiros, e, mantendo a tradição, a FMF continua a mesma que sempre foi: diz que o regulamento do campeonato é feito pelos clubes. Mas ela tem a obrigação de corrigir esses erros históricos que a cada ano fazem mais pessoas deixarem o futebol de lado, porque é uma atividade sob suspeição permanente.
Os bombeiros dizem que a arquibancada móvel montada pela Caldense no estádio Ronaldão é insuficiente. Ora, que aumentem-na, já que há tempo de sobra para isso!
Não sou do grupo cada vez maior que não perde um jogo da Champions League. Para não me viciar nem ficar mal-acostumado. Certamente me juntaria à grande parte dos companheiros de imprensa que, com razão, deixa em segundo plano os jogos de futebol em Minas, no Brasil e na América do Sul, que dão uma preguiça danada: estádios e jogos ruins, times feios, catimbas, dirigentes de clubes, federações, confederação, tribunais e arbitragens muito fracos e ou suspeitos.
Não tem jeito. Porém, das quartas de final em diante, não há como ficar alheio à Champions. Na terça-feira, optei por Bayern x Porto, pois o PSG era uma vaca já abatida pelo Barça. E que jogo na Allianz Arena! O Bayern, sem dó nem piedade, tacou 6 no Porto, que ainda conseguiu marcar um gol de honra e, na volta para casa, foi recebido com festa por sua torcida.
De doer I. Na nossa versão roceira da Champions, a Libertadores, é preciso pedir “pelo amor de Deus” à Conmebol para entrar com bandeiras e instrumentos nos estádios; e os clubes são proibidos de entrar com suas crianças/mascotes. Dentro de campo, os grandes times de Brasil e Argentina passam aperto em casa para eliminar os coirmãos da prateleira de baixo com a pobreza técnica deles.
Bom demais. Bayern e Porto fizeram um jogo limpo e aberto, com muita festa antes, durante e depois. Bebe-se cerveja à vontade neste e nos demais estádios; bandeiras são agitadas pelas duas torcidas, tocam-se instrumentos de sopro e percussão, e, se alguém aprontar, é preso e arca com as consequências.
De doer II. Manobras de bastidores são comuns, e os dirigentes dos clubes ficam amigos (para não dizer coisa pior) dos cartolas das federações visando tirar proveito nos bastidores ou, na melhor das hipóteses, não ser vítimas das armações. Quando há mudanças de nomes nos cargos da cartolagem, surge alguma esperança de mudança, mas tudo continua como sempre foi, ou piora.