Semana passada, no Minas Tênis, um empresário, 84, lembrava de Nice, sul maravilha da França, poucos depois do fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Lá, testemunhou uma cena com muitos velhinhos sozinhos na praia. Parecia um ancoradouro, um estaleiro. Eram tempos duros, principalmente no Norte da França, muito bombardeada, incluindo Paris.
C’est la fin
Nestas regiões pululavam escombros: carcaças de automóveis, ruínas, marcas de bala e de bombas, sujeira. Os pouquíssimos jovens trabalhavam intensamente, já que muitas mulheres ficaram viúvas. As grávidas, geralmente, eram vítimas de estupro dos alemães.
C’est triste
Neste mesmo triste cenário, idosos, homens e mulheres, “órfãos de guerra”, não mais tinham filhos para cuidar deles, ficaram abandonados. E foi assim, na esteira desta constatação, que nosso amigo empresário teve “A” ideia de planejar um projeto de acolhimento.
C’est comme ça
Um espaço de convivência, uma “Casa dos Artistas”. Artistas aposentados da vida. O projeto/sonho não saiu do papel. Ainda! Hoje, mais que nunca, em todo o mundo, o que era regra natural virou artigo raro. Filhos são criados para o mundo; crescem, voam, somem, com ou sem guerra. Outros tempos, outros hábitos. E, mesmo muito mais saudáveis e longevos, os idosos não escapam da solidão que chega a galope, a cada dia. Não é falta de amor dos filhos. É o carrossel, a roda viva.
C’est cela
O Brasil, há muito, já não é um país jovem. Nossa população, principalmente as mulheres, é muito mais longeva – 80, 90, 100 anos de idade não são mais raridade. E quem cuida desses guerreiros? Faltam boas e ideais casas de acolhimento; asilos são cruéis e do tempo do onça; os bons espaços são caríssimos, raras aposentadorias podem arcar com eles.
C’est assim
Esta semana, me vi obrigado a refletir sobre o assunto, ao passar uma madrugada numa enfermaria como meu filho, uma criança. Plugado num balão de oxigênio e num frasco de soro, senti o que é o desamparo. Meus irmãos com celulares desligados ou fora da minha área.
Assim mesmo
Encontrar a irmã Beatriz disposta a tirar João Paulo do Biocor foi difícil. Daqui a pouco, João, como outros desta geração individualista, sumirá pelo mundo. E eu? Quem me acolherá? Uma companheira? Sim, mas primeiro é “preciso combinar, no caso, com as russas”... De novo, lembrei me da Casa dos Artistas no Rio de Janeiro.
Assim assado
Nos EUA, por estas e outras, Miami, com seus hotéis, estrutura, clima sempre agradável e ameno, foi invadida pela terceira idade e até criou a fama de ancoradouro VIP. Velhos hospitais são adaptados para acolher idosos em estado terminal, nem de médicos eles precisam mais, apenas de cuidadores. Que tal pensarmos, aqui, em mais asilos bacanas para um final digno?
Palavras de Abílio
Não foi sua receita de riqueza que o empresário Abílio Diniz pregou, há pouco, no altar da Igreja de Santa Rita de Cássia, em São Paulo. Para um público numeroso, convidado pelo Facebook, o empresário falou sobre fé, família e saúde que segundo ele, são mais importantes que os negócios em sua vida.
Palavras de Diniz
Disse mais: “as coisas boas que recebi e os momentos desafiadores que tenho vivido reforçam o meu lado espiritual e meus desejos de agradecer a Deus cada vez mais. Considero que ELE quer que você dê o melhor de si e faça o melhor que puder para as pessoas que estão ao alcance de suas ações”.
Lança-perfume
Continuamos o sermão da montanha ou do Pão de Açúcar, de Abílio Diniz.Sobre superação e dificuldades, Diniz salientou: “Eu era baixinho e gordinho. Sofri bulliyng.”
“Para me defender, aprendi a lutar boxe, fiquei forte e consegui inverter a situação. Mas deu trabalho para ajustar essa personalidade de briga e me tornar uma pessoa mais calma.”
Aos 81 anos, deu dicas de saúde: “A medicina nos dá hoje uma vida longa, mas do que isso adianta se não conseguir subir uma escada?”
E mais: “Eu também gosto de comer lasanha, pizza e doce, mas não em todo almoço e jantar. O que engorda não é a exceção, é a regra”.
Segundo o uol.com.br, ao ser indagado pelos fiéis da igreja sobre negócios, não titubeou a comentar: “Enquanto eu estiver na BRF, ninguém vai mandar na empresa, só o coletivo.”
Vale lembrar que Abílio é o presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos, que pode ser destituído pelos fundos de pensão Previ e Petros, acionistas do negócio.
A palestra de Abílio teve um tom de autoajuda, com direito a distribuição gratuita, para todos os presentes, do seu livro “Novos Caminhos, Novas Escolhas”, da Editora Objetiva.