Apesar do esforço do governo Temer em garimpar indicadores para validar a promessa de recuperação da economia brasileira, com a qual, aliás, ele embalou o golpe contra a presidente Dilma Rousseff há dois anos, a realidade para os trabalhadores e o povo pobre é crua, trágica e não aceita maquiagens. Depois de 14 anos de um círculo virtuoso de geração de empregos e transferência de renda, que começou com o primeiro governo de Lula, a pobreza e a miséria voltaram a assolar as famílias brasileiras. Pesquisa do IBGE divulgada neste mês revelou que nada menos do que um quarto da população – 52,1 milhões de brasileiros – já vivia, em 2016, abaixo da linha da pobreza estabelecida pelo Banco Mundial, ou seja, com uma renda mensal por pessoa inferior a R$ 387 (pouco mais de R$ 10 por dia).
No estudo do IBGE, outro grave indicador foi o crescimento dos “extremamente pobres”, que viviam com menos de R$ 133,7 por mês e não contavam com qualquer assistência social do Estado brasileiro. Fruto do desemprego e de cortes realizados pelo governo Temer no programa Bolsa Família e no Benefício da Prestação Continuada (BPC), entre outros retrocessos sociais, 7 milhões de brasileiros estavam entre os “extremamente pobres” em 2016. Como de lá para cá a crise econômica e social só se agravou, o Brasil pode retornar em 2018 ao Mapa da Fome – ranking da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que avalia em cada país o nível de nutrição adequado e o indicador de “prevalência de desnutrição”, do qual o país havia saído em 2014.
Diante de uma realidade tão perversa, difícil convencer a população – sobretudo os trabalhadores e os pobres, e até mesmo setores da classe média – com acenos de crescimento do PIB em míseros 1% em 2017 e 3% em 2018, inflação baixa e redução da taxa de juros, como bombardeia dia e noite a grande mídia, na tentativa de criar um clima de retomada econômica. O povo não é bobo, como atestam os recordes de rejeição do governo Temer em todas as pesquisas. E se há alguém satisfeito, está no topo do tal “mercado”, possivelmente entre rentistas e empresários dos 200 maiores grupos econômicos do país, cujos lucros saltaram de R$ 5,8 bilhões em 2016 para impressionantes R$ 137,5 bilhões em 2017, conforme registra o anuário “Valor Grandes Grupos”, publicado recentemente.
Enquanto o governo Temer executa, em conluio com as elites econômicas e a grande mídia, o maior ataque aos trabalhadores e aos pobres desde a Constituição de 1988, em Minas Gerais, o governo de Fernando Pimentel resiste, invertendo prioridades para fazer frente à grave ausência de recursos. Afinal, em tempos de crise, como a que vivemos, é dever do Estado, em todas as esferas, prover a assistência e a proteção social às populações mais pobres, e não aos mais ricos, como faz o governo federal. Essa é a convicção do governo de Minas, e é isso que estará em jogo nas eleições de 2018.
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