O mais antigo e mais violento conflito armado do Ocidente pode estar com os dias contados, se valer o cessar-fogo bilateral e definitivo assinado, ontem, em Havana, em Cuba, pelo governo central e pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O conflito, que se estendeu por mais de 50 anos, matou cerca de 260 mil pessoas e causou o desaparecimento de outras 45 mil. Por causa dele, perto de 7 milhões de refugiados tiveram de abandonar as zonas conflagradas. A Colômbia é pouco menor que o Estado do Pará.
Em número de refugiados, só a Síria produziu mais. Mas a guerra destruiu a agricultura familiar, o meio ambiente, a infraestrutura e os serviços públicos, ao mesmo tempo em que estimulou a produção de drogas, as redes de narcotráfico, o crime organizado e os paramilitares.
Assinado pelo presidente Juan Manuel Santos, da Colômbia, e pelo chefe das Farc, conhecido como Timochenko, o acordo que põe fim ao conflito é garantido por Cuba e Noruega, assistidos por Chile e Venezuela e pelo secretário geral da ONU, Ban Ki-moon.
As conversações para o armistício remontam a 2012, em Cuba, com avanços e recuos, e mais recentemente com uma trégua unilateral promovida pelas Farc. No entanto, várias pendências ainda precisarão ser resolvidas, dado o enorme passivo produzido pelo conflito.
Os rebeldes, cerca de 7.000 homens, deverão depor as armas, mas terão a garantia de que não serão perseguidos. Apenas não serão anistiados guerrilheiros e militares que tenham cometido crimes contra a humanidade. E o país fará um esforço em busca dos desaparecidos.
Os termos do acordo ainda serão submetidos a um referendo. Os colombianos poderão, então, comemorar. Nenhum dos dois lados em conflito conseguiu subjugar o outro. Um e outro quiseram ter a supremacia sobre os demais setores da sociedade, e não o conseguiram.
Triunfaram o diálogo, a contradição, a diferença, em suma, a democracia, por pior que ela seja.
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