Um documento divulgado recentemente pela ONU, pela União Europeia e por outras organizações dá conta de que 124 milhões de pessoas em 51 países precisam de ajuda urgente para não morrerem de fome.
O número representa um aumento de 11 milhões de indivíduos com relação à contagem de 2016, quando eram 48 os países em crise alimentar. O aumento é atribuído às guerras, ao clima e à pobreza.
A tendência é a situação se agravar. Conflitos ocorrem em Mianmar, Nigéria, Iêmen e Sudão do Sul. E a seca castiga boa parte do território africano. Mas a causa principal da fome é a pobreza da população.
Ela está presente na vida dos indivíduos que cotidianamente não têm acesso às calorias suficientes para suprirem suas necessidades energéticas. Já a fome aguda representa uma ameaça imediata à vida das pessoas.
No mundo, 795 milhões de indivíduos estão subnutridos. A imensa maioria deles se encontra nos países em desenvolvimento. Essa população vive em áreas rurais, onde prevalece a agricultura familiar.
Os pequenos produtores são responsáveis por mais de 80% da produção mundial de alimentos. No entanto, grande parte de sua produção se perde por falta de condições de armazenamento e transporte.
A produção de alimentos é mais do que suficiente para suprir as necessidades de cada um dos 7 bilhões de indivíduos da população mundial. A deficiência está nos sistemas de produção e distribuição dos alimentos.
Um terço da produção é desperdiçado ao longo do processo. Com ele perdem-se também insumos como água, energia e trabalho. Um quarto dela já seria suficiente para alimentar aqueles milhões de subnutridos.
A fome tem efeitos maléficos sobre o indivíduo, o Estado e a sociedade. Afeta a saúde das pessoas, incapacitando-as para o trabalho e o crescimento humano. E alimenta a pobreza, gerando instabilidade política e social.