Bastou que o líder do governo no Senado, Romero Jucá, declarasse que a votação da reforma da Previdência seria deixada para fevereiro de 2018 para que o dólar subisse e a Bolsa caísse, anteontem. Ontem, veio a confirmação.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, confirmou que a votação só ocorrerá em 19 de fevereiro, depois do recesso parlamentar. Ontem, o relatório do deputado Arthur Maia começaria a ser lido no plenário.
Já enxugado de várias disposições para ficar mais palatável aos parlamentares, que em 2018 vão tentar se reeleger, o projeto de reforma conseguiu, finalmente, o apoio do PSDB, que vinha se esquecendo de seu programa.
A votação ficou inviável. O presidente está com problemas de saúde. E, ontem, foi votado o Orçamento, que provoca a debandada dos parlamentares para seus Estados, sendo incerto que voltariam a Brasília para votar a reforma.
Nada tira, porém, a urgência da reforma, não só por causa do déficit fiscal, mas porque o sistema, hoje, constitui uma fonte de desigualdade social. Ontem, saiu mais uma pesquisa a respeito, e o Brasil está no topo da pirâmide.
Quase 30% da renda nacional está nas mãos de apenas 1% dos habitantes. É a maior concentração do tipo no mundo, diz o economista francês Thomas Piketty, que ficou conhecido com o livro “O Capital no Século XXI”.
A Previdência contribui para isso. Ela promove a transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos, quando deveria ser o contrário. E quem provê isso é o Estado, que distribui desigualmente os recursos da sociedade.
Não existe uma regra geral, mas há diferenças que se manifestam entre os trabalhadores do setor público e os do privado, entre homens e mulheres, entre os que atuam no campo ou na cidade, entre professores, policiais e militares.
No Brasil, historicamente, sempre houve resistências quando se trata de reformas. Tudo é feito de forma lenta e gradual. A reforma proposta é apenas parte de um longo processo em direção ao ideal de equidade.
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