A Coreia do Norte surpreendeu o mundo, nesta semana, mais uma vez, ao lançar um novo míssil balístico, maior do que os anteriores. Especialistas opinaram que o país está avançando em seu programa nuclear e que um ataque poderia atingir os Estados Unidos.
Com a iniciativa, os norte-coreanos demonstraram que não estão nem aí para os norte-americanos, que estão cada vez mais isolados. Trump continua a falar grosso, mas sozinho. Seus aliados, China e Rússia, não parecem dispostos a atender seus pedidos.
Ao contrário, Trump está se indispondo com eles – com eles e com seu secretário de Estado, Rex Tillerson, que pode deixar o cargo a qualquer momento. Para Trump, a China não está colaborando para neutralizar os norte-coreanos. Os russos o criticam.
Os EUA pediram ao Conselho de Segurança da ONU, do qual fazem parte Rússia e China, sanções mais duras contra o regime de Pyongyang. Mas Pequim não concorda em fechar o oleoduto que abastece de petróleo a Coreia do Norte, o que poderia levar o país ao colapso.
Os russos consideram que as sanções até agora adotadas, como limitar as importações, não funcionaram. Tiveram mais o efeito de provocar “o homenzinho do foguete” ou o “cachorrinho doente”, que é como Trump vem se referindo ao dirigente Kim Jong-un.
Isso não é modo de tratar o governante de qualquer país. Por isso, talvez, não consigam estabelecer um diálogo com a Coreia do Norte, que não negociará, segundo um membro do regime, enquanto este não comprovar sua capacidade militar de dissuasão dos EUA.
As alternativas são escassas. As consequências são imprevisíveis no caso de uma solução militar. A Coreia do Norte não é o Iraque, a Líbia ou o Afeganistão. Ninguém conseguiu impedi-la de se tornar uma nação nuclear. Esta talvez seja sua tábua de salvação.
Provavelmente, o mundo terá de se acostumar a conviver com mais uma potência nuclear.