O jornal de domingo proclamava que os “militares não controlam a ‘guerra’ no Rio”, informando com isso que o cerco das Forças Armadas à Rocinha, considerada a maior favela do país, não conseguiu interromper a troca de tiros.
Há uma semana se estabeleceu um conflito entre dois traficantes pelo controle daquela região da zona Sul, vizinha de uma das áreas mais ricas do Rio, levando o governo do Estado a pedir a ajuda do ministro da Defesa.
Nesse período, gente morreu baleada e gente foi presa. Também armamento pesado chegou a ser apreendido. No entanto, nenhum grande carregamento de droga caiu nas mãos das autoridades, mas apenas pequenas quantidades.
A explicação é que a Rocinha não é mais um entreposto de droga, mas um dos centros de grande consumo do Rio. Com 70 mil moradores, a comunidade é uma verdadeira cidade, funcionando 24 horas por dia.
Lá, tem comércio que não fecha hora nenhuma. O morador encontra de tudo na Rocinha. Celebridades frequentam o lugar. Tudo custa mais caro porque os chefes do tráfico não vendem só aquele tipo de mercadoria.
Agem também como milícia. Cobram por proteção. Dão empregos. Controlam o comércio de imóveis. Vendem água, gás e TV a cabo. Pedestres e motorizados, sejam visitantes ou moradores, todos pagam pedágio.
O poder ali vale muito. É por isso que é tão disputado, inclusive a tiros. Resulta da secular omissão do Estado com as regiões pobres. Em todo o país, essa ausência estimula o desenvolvimento autônomo das comunidades.
Mas estas imitam o país. Constituem um microcosmo do Brasil capitalista, com seus índices de consumo e violência. Informalmente, reproduzem a sociedade afluente que admiram e que é refletida nos programas de TV.
Como sempre, as autoridades demonstram que não estão entendendo nada. Contiveram a febre à força enquanto foi preciso dar acesso ao público do Rock in Rio pela estrada Lagoa-Barra. Daqui a pouco, tudo se acomoda.
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.