Muitas são as características que nos apontam o que significa ser imaturo. Levadas ao pé da letra, raras são aquelas pessoas que se caracterizam por ter maturidade, sabedoria. Habitamos tempos estranhos, nos quais o anonimato, a falta de privacidade e o radicalismo povoam a terra de ninguém, chamada de internet. Somos hipercríticos, parasitas da fama alheia, queremos ser importantizados fazendo selfies, invadindo redes sociais de famosos para detonar, viciados em invadir intimidades, ou invadidos por famosos de segunda e terceira linha, se expondo em redes sociais.
Até aí, tudo bem (ou não?). Nesse universo de fofocoterapias, inverdades e versões absurdas, no qual a verdade e os fatos são omitidos ou enterrados em nome de interesses escusos, mal acordamos de uma eleição, em que o nosso país foi pintado em cores pastéis, e nos deparamos com a sombria realidade de um horizonte trevoso e incerto, onde mentiras são desnudadas diariamente. Sim , essa coluna é sobre a imaturidade. E aqui homenageio os políticos e falsos líderes, que tomaram de assalto o falso paraíso tropical.
Qual é a maior das características da imaturidade? Nunca assumir a culpa, o erro, a falha. Para isso, vale-se de desculpas, ainda que esfarrapadas e desconectadas da realidade, justificativas infantis, negação do óbvio. E como são reativos e radicais, adoram fazer joguinhos de culpa, e saem acusando Deus e o mundo por seus fracassos e frustrações. Autoritários, bravos e imaturos, se escudam nas ameaças, nas bravatas. Usam e abusam da técnica do impor medo e pânico aos que ousarem contestá-los.
Outra característica é adorar ser adulado, bajulado e buscar ser o centro das atenções. Vaidosos, querem ser o ator principal , o foco das atenções. Imaturos são severos nas críticas, pois precisam diminuir seus interlocutores, e não admitem ser criticados, agindo com fúria e violência diante delas. Não sabem ouvir. São invejosos, ciumentos e competitivos. Usam de constrangimento, censura e bravatas para inibir quem tenta contestar ou divergir de suas opiniões.
Imaturos, não se relacionam bem com os outros, pelo simples fato de que o mundo começa e termina neles mesmos, são, pois, essencialmente egocêntricos e egoístas. Evidentemente que o narcisismo é consequencial natural. Eles têm necessidade de serem reconhecidos o tempo todo, mas nunca estão satisfeitos, pois, quanto mais têm, mais querem, e, ironia da imperfeição humana, desejam sempre o que o outro tem. Portanto, a insatisfação é eterna, e as reclamações, constantes.
Buscam o poder, pois, no fundo, são inseguros e mal resolvidos, e uma vez no poder, se tornam onipotentes, ditatoriais. Deslumbram-se com o séquito de aduladores e parasitas que o cercam, mas inclementes com os que se opõem. Solitários em seus castelos, alienam-se da realidade, como mecanismo de defesa. Tendem a ser extremistas, radicais, intolerantes. Sofrem os que o cercam, sofrem os que estão submetidos ao seu poder. Quando abandonados, ou vencidos, legam aos que o vencem a política da “terra arrasada”.
Quanto a mim, estudioso do comportamento, nem assim deixo de reconhecer os erros. Votei no FHC e me arrependi no seu segundo mandato. Votei no Lula até ele ganhar. Adorava o “Lulinha paz e amor”, cantei o “Lulalá” e reconheço que os melhores marqueteiros sempre foram do PT. Quis acreditar (como sou ingênuo) “que o medo seria derrotado pela esperança”, “que o PT não rouba nem deixa roubar”, como diria Lula, já presidente.
Por isso, nesse caos que se instala a cada dia no país, afundado na sujeira do Petrolão, é preciso achar culpados, cada um jogando lama no outro. Eu, parafraseando um livro e um filme famoso, tenho para mim que ninguém é errado ou certo, portanto, “a culpa é da estrela!”. Apenas desconfio que ela tem cor, vermelha, do tempo em que o rosto enrubescia cada vez que sentíamos vergonha de nossas ações. Isso acabou! Assim como as rugas e o idealismo. E viva o povo brasileiro, que arrasou no Carnaval!
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