A lenta decadência da instituição do casamento, no mundo ocidental e cristão é percebida há mais de 50 anos. Se antes ser desquitada, nas décadas anteriores aos anos 80, significava ser malvista na sociedade, os filhos sendo discriminados em colégios e vizinhança – além de não poderem participar de sacramentos cristãos –, nos dias de hoje, tudo mudou.
Fora as brigas judiciais, infantis e lesivas aos filhos, detonação de patrimônios por ódios litigantes e egoístas, quando não a tragédia de usar filhos como bucha de canhão, as varas de famílias com, advogados insensíveis, juízes com percepções distintas... sei que o fórum virou um inferno de Dante.
Não causa espanto, pois que, na Europa, o tempo médio de casamento seja de sete anos. Incrivelmente semelhante aos tempos pré-históricos, onde a proteção que um casal dava a seus filhos era exatamente sete anos, já que, depois do que, esses meninos caçadores passavam a ter que servir.
Ou casamentos-relâmpagos que acabam na primeira briga, boba, imatura, ou após o nascimento de filhos, segundo estatísticas recentes.
Separações começam a superar uniões em muitos países, assim como é da geração jovem, que se sente perdida, preferir ajuntar, amigar, sem a burocracia de papelada, cerimônias e festas para familiares.
Houve época de virgindade, tempo longo de namoro, noivado e festas matrimoniais. Esse “casa-separa”, é resultante da imaturidade dos nubentes e da falta de resiliência em atravessar períodos críticos inerentes à vida a dois. Traições facilitadas pelas redes e pelos aplicativos, por banalização da sexualidade, bebidas e drogas, mulher mais independente, e o despreparo para conciliar vida conjugal e social e o trabalho.
O certo é que paixões explosivas e finitas não sobrevivem ao dia a dia, onde pequenas diferenças familiares, de gosto, hábitos e favores econômicos minam os sentimentos de casais.
A tecnologia impede o diálogo e aprofunda a distância, desprezando a construção da intimidade e do companheirismo. Somos imediatistas, e a busca por corpos perfeitos, de sexualidade animalesca, se frustrada, esvazia outros valores mais maduros como amizade e companheirismo. Ciúmes doentios, traições virtuais ou reais e falta de intimidade são outros fatores que contam. Hoje é um tal de “se não der certo... separa!”. Fácil assim! Daí, ajuntar os trapinhos e morar junto virou tendência, para tristezas de pais, mesmo os separados.
O distanciamento da religiosidade e a vulgarização de ir para a cama sem criar antes uma intimidade, bem como a moda de relacionamentos descartáveis, resultam casais fracos e filhos de mães solteiras ou pai ausente. O sentimento de posse, em um mundo cheio de perigos e lendas urbanas de traições e infidelidade, ajudam na constante busca do parceiro ideal e resultam num “mora junto-separa”, onde diversas tentativas resultam em insatisfações. Portanto, não é de se espantar que estudos indique que um a cada três adultos jovens opte por vida de solteiro e relações sem compromisso. E pasmem: dois terços dos jovens da geração Y não querem assumir relacionamento e nem ter filhos.
Isso diz muita coisa. Como perguntava o Zé Cocão: “Gostaria de ser filho de si mesmo ou casado consigo mesmo?”. A resposta, pelo visto, é não!
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