Arte está em tudo que nos cerca. Está nas ruas, em grafites e na arquitetura. Está em nossas roupas. Está dentro de nossa casa. Mas a verdade é que aquela Arte, com “a” maiúsculo, assinada por criadores cujo trabalho marcou gerações, é rara de se ver ao vivo. Claro, ela está impressa no jornal e nos livros, é usada em propagandas e repetida à exaustão. E, aos poucos, nos acostumamos com suas formas e passamos a acreditar que a conhecemos – mesmo sem nunca tê-las visto.
Não são muitas as oportunidades de se ver Arte ao vivo, e as galerias e os museus de Belo Horizonte têm feito seu melhor para nos possibilitar essa experiência. Nos últimos meses, tivemos a oportunidade de conhecer de perto as linhas e os planos de Mondrian e seus contemporâneos e as criações enervantes de Patricia Piccinini no CCBB. As formas voluptuosas do grande Fernando Botero também estiveram presentes no Museu Inimá de Paula. E, agora, os belo-horizontinos têm a oportunidade de conhecer trabalhos de artistas estrangeiros e brasileiros na mostra “Entre Nós”, que explora obras do acervo do Masp que trabalham a figura humana e está aberta até 26 de junho.
No espaço, estão expostas peças de Renoir, Van Gogh, Picasso, Degas, Modigliani, Goya, Manet e Ticiano – artistas europeus cujas obras são referência no Ocidente. Além deles, peças de Diego Rivera, Lasar Segall, Burle Marx, Portinari, Anita Malfatti, Djanira e Flávio de Carvalho também são expostas, assim como obras do povo Iorubá (Nigéria), da cultura Chancay (Peru). O resultado da exposição criada por Rodrigo Moura e Luciano Migliaccio é uma espécie de “passeio” pela arte. São esculturas e quadros, cada um com um estilo, cada um mostrando o que significa primazia de uma forma completamente diferente do outro.
Ali é possível admirar uma obra original de Van Gogh, no caso “A Arlesiana”, e ver as pinceladas do mestre, observando como ele cria um homem de olhos expressivos sem um perfeccionismo na forma. No “Retrato da Condessa de Casa Flores” (imagem), de Goya, é possível se maravilhar com a representação do tecido, que parece esperar um sopro de ar para se movimentar para fora da tela. Isso sem falar no delicado retrato de Tarsila do Amaral feito por Anita Malfatti, que revela uma curiosa cumplicidade entre as duas artistas brasileiras. E há ainda a série de esculturas de Degas. Cada uma das bailarinas de metal fundido mostra um momento do corpo da mulher, que ora parece querer se livrar da pele que a contém para dançar com liberdade ora parece estática, como se estivesse congelada num instante sublime.
Enfim, são mais de cem obras expostas, e cada uma mereceria uma descrição detalhada de sua grandeza. Mas a graça de “Entre Nós” não é ler a descrição de outra pessoa; é ir lá e ver, com seus próprios olhos, as perfeições e as imperfeições das obras de artistas tidos como “grandes” e entender o por quê de eles terem ganhado o título.
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