Projeto da deputada Marília Campos (PT) que poderia reduzir em até R$ 20 mil as aposentadorias dos parlamentares mineiros é natimorto. Por mais que a ex-prefeita de Contagem esboce boa intenção com sua proposta e seja verdadeira em suas recomendações, é difícil imaginar que ela mesma acredite que o tal projeto vingue na Assembleia Legislativa.
Obviamente, colegas parlamentares desconfiam de suas intenções e receberam a notícia como um “gol contra”.
Hoje, um deputado pode ter uma aposentadoria de R$ 5.787 a R$ 25 mil, de acordo com a quantidade de mandatos, idade mínima de 53 anos e determinado tempo de contribuição a qualquer instituto previdenciário público.
Marília quer fazer com que esses políticos sejam considerados pessoas como o restante da população, submetendo-os ao teto dos demais servidores do instituto de previdência do Estado. Portanto, uma ação nobre, porém inócua e antipática em seu hábitat.
A verdade é que a única coisa que a petista irá conseguir com isso serão alguns elogios de seu eleitorado e muitas caras feias.
Marília, segundo críticos, poderia estar “jogando para a galera”, já que ela é hoje uma das mais bem avaliadas de sua cidade para a sucessão municipal do ano que vem. Porém, talvez por seu reconhecido perfil de impor limites e fazer a sua vontade, a sua pré-candidatura, não oficializada e até negada em algumas ocasiões, padece de certo isolamento dentro do próprio PT de Contagem.
O partido vem lhe impondo restrições. Uma parte dele já declarou “apoio condicional” à reeleição de Carlin Moura (PCdoB). Mas, sejam quais forem seus planos, Marília conseguiu atrair para si boa dose de noticiário positivo, algo raro para políticos nos dias de hoje, apesar de atos como esse terem a capacidade de afastar ainda mais a classe política de suas imediações. <EM><QA0>
O início
Na mesma linha de diminuir atritos com a opinião pública, Fernando Pimentel, depois de cinco meses sem gerar quase nenhuma notícia positiva, anunciou um reajuste de quase 32% para os professores da rede estadual. Trata-se de antiga reivindicação dos educadores. Mesmo que o percentual seja atingido em sua plenitude somente em 2017, a decisão representa o cumprimento da primeira de muitas promessas que o governador fez na campanha. Entretanto, mais importante que atender uma reivindicação de parte de seus eleitores e de cumprir um compromisso, Pimentel fez o jogo certo. A dança do acasalamento aconteceu. Deu o crédito aos sindicalistas e valorizou a negociação da categoria. Há quem arrisque dizer que o governo eleito em outubro de 2014, enfim, teve seu início.