Até agora, foi melhor do que se esperava. A abertura da Copa, com a vitória do Brasil sobre a Croácia, mesmo com um pênalti questionável, representou um resultado mais animador do que se imaginava. A organização do evento em seu primeiro dia, mesmo com alguma ocorrência, como a falta de lanches antes do início da partida, foi melhor do que se desejava.
A reação da torcida durante o jogo, inclusive ou apesar da sonora vaia ecoada contra a presidente Dilma Rousseff e a Fifa, foi melhor do que se previa.
Até o efeito das manifestações, apesar dos lamentáveis casos de vandalismo registrados em Belo Horizonte e em outras capitais, foi melhor do que se imaginava.
Os aeroportos inacabados e a operação do tráfego aéreo se comportaram incrivelmente melhor do que se pensava. Resumindo, o início da Copa ocorre de maneira surpreendentemente melhor do que se esperava.
A competição, mesmo ainda despertando desconfianças, contaminou boa parte dos brasileiros. Uma semana antes pouco ou quase nada se via de verde e amarelo. As ruas estão agora, pintadas, e as casas, decoradas.
As festas oficiais, espalhadas por todas as cidades-sede, apesar das licitações feitas em cima da hora, estão lotadas e divertidas. Enfim, diante do quadro de terror que se pintava, o “todo”, ao menos por enquanto, está melhor do que se sonhava.
Os humores, entretanto, podem mudar. Esse clima de hospitalidade e de relativa euforia e tolerância com o evento pode se transformar radicalmente caso a seleção decepcione e faça feio nas fases seguintes.
Seria, então, o que vândalos e movimentos não tão representativos da sociedade, como alguns sindicatos, partidos políticos ou movimentos como o Black Bloc, aguardariam para deflagrar cenas mais fortes de violência e depredação? Certamente sim.
Mas, de modo geral, a sociedade em si está sabendo fazer a diferenciação do que é festa, esporte e evento do que é o estado de mazelas de nosso país.
Ao se revoltar contra a presidente, a multidão na Arena Corinthians estava, sim, deflagrando críticas contra a nossa mandatária, mas, seguramente, os “afagos” não eram exclusividade dela.
Dilma sofreu toda a hostilidade porque estava ali representando o poder público e a classe política brasileira. Fosse outro, de qualquer partido, sofreria o mesmo.
As palavras de baixo calão, minimizadas pela transmissão da Rede Globo, eram, de fato, ataques à classe política. São fruto da corrupção deslavada e da covardia de quem, a cada dois anos, vai às urnas para tirar dos mais pobres e encher os próprios bolsos.
A quebradeira no alto da Afonso Pena e as cenas do metrô de São Paulo, além dos ferimentos nas jornalistas estadunidenses, podem até ter ganhado o mundo, roubando a atenção do assunto principal, mas, neste momento, não representam o sentimento geral da nação, diferentemente do que ocorria na Copa das Confederações, durante as manifestações do ano passado. Tomara que continuemos assim: sabendo separar as coisas e constrangendo as pessoas certas.
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