Isso já aconteceu nas eleições anteriores, mas neste ano, especificamente, será pior e exigirá muita paciência e sobriedade para lidar com opiniões de radicais e visões interesseiras de um ou outro grupo em busca de manter ou ganhar o poder. As “ciberguerrilhas” que irão imperar no cenário eleitoral são uma ameaça à interpretação correta dos acontecimentos e da definição daquilo que deve ou não ganhar páginas de jornais, frontpages ou espaços na TV e no rádio.
Discussões em redes sociais não podem se misturar às notícias assinadas, que levam o carimbo de um órgão de imprensa que, ao longo de anos, trabalha sua marca e cria em torno de si um universo de leitores que decidem, por conta própria, eleger o veículo como preferido na hora de se manter informado.
Nessa semana, o caso de um estudante que interpelou o senador Aécio Neves em uma palestra que este fazia em Porto Alegre tomou proporção demasiada.
Diz o estudante que queria apenas uma resposta do candidato a presidente pelo PSDB sobre a droga encontrada no helicóptero do também senador mineiro Zezé Perrella. Decerto, o assunto não tinha a ver com o tema da palestra, e o ex-governador mineiro não seria autoridade credenciada para responder à questão.
Já Aécio, por meio de sua assessoria, contestou a informação. Segundo o senador, tratava-se de um militante petista infiltrado no evento para impedir que ele pudesse falar, o que teria motivado sua retirada da plateia por seguranças.
Seja qual for a verdade em questão, e não existem verdades absolutas, o fato não mereceu o destaque que a mídia, inclusive este jornal, proporcionou. Primeiro, porque a apuração não aconteceu de maneira completa e irretocável, abrindo margem para ponderações apaixonadas de petistas e tucanos. Segundo, porque, se isso se torna moda, candidatos, sejam eles de que agremiação forem, não terão condições de programar visitas e encontros com setores da sociedade e eleitores, pois, por meio de estratégias previamente definidas, sempre haverá um adversário disposto a criar confusões.
A matéria em questão entrou no portal, ficou no ar pelo tempo que o jornal achou que deveria e foi retirada. Foi o bastante para que “ciberguerrilheiros” entrassem em ação. Os do PSDB dispararam e-mails acusando o jornal de ser “petista” e querer prejudicar uma “pré-campanha” que começa a esboçar uma competitividade que até então não se imaginava. Já os do PT, inclusive do Rio Grande do Sul, atacaram a retirada do conteúdo alegando um alinhamento deste jornal com o projeto de Aécio.
Por fim, coube ao jornal definir o que julgava correto editorialmente, com base em seu histórico de isenção. A matéria foi publicada e retirada, como tantas outras no dia a dia de um portal de notícias. Ao patrulhamento partidário, saudações!
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