Mais uma semana se passa, e Eduardo Cunha continua com o cinismo de negar a existência de suas contas no exterior, o que ainda o mantém na presidência da Câmara e a certa distância de perder o mandato, apesar do iminente pedido de afastamento a ser feito pelo Ministério Público Federal. A postura nada mais é do que um velho hábito da classe política: procrastinação.
Mas, com as novas constatações e o bloqueio de R$ 9 milhões de fundos na Suíça, a permanência dele está com os dias mais do que contados.
As consequências, novamente, são imprevisíveis, o que perpetua o clima de instabilidade no país e breca as engrenagens da economia.
Com a vacância que está por vir, há dois caminhos prováveis. Cunha resolve colocar o pedido de impeachment em votação e complica de vez a situação da presidente ou ele, conformado em perder a presidência, mas ainda sonhando com a salvação do mandato, negocia com o Planalto.
Prevalecendo a segunda hipótese, a articulação política de Dilma terá dias turbulentos para eleger um novo presidente da Câmara, desta vez sem cair no erro de escolher um petista para concorrer e contrariar o PMDB.
Seria essa a única forma de livrar a barra de Dilma Rousseff e buscar, a partir de outra coesão, um novo fôlego para a governabilidade.
Seja qual for o desfecho, apenas se constata que a degradação moral é medonha. O sentimento reinante é de repulsa à política e aos políticos.
Fica a sensação de que estamos mesmo em um país de segunda categoria. Escândalos e desmandos estão por toda parte do mundo, inclusive nos países desenvolvidos, porém a forma como autoridades e envolvidos se comportam é que reforça o nosso sentimento de lamaçal. Pelas bandas de lá, o que se sente é que ainda há limites.
Na Alemanha, por exemplo, executivos da Volkswagen, ao serem descobertos em uma falcatrua que burla leis de meio ambiente, demitiram-se. Autoridades do Japão também reconheceram erros e assumiram o primeiro caso de câncer relacionado ao acidente nuclear de Fukoshima.
Até na Fifa os escândalos são infalíveis na destruição de status e reputações. Blatter pediu afastamento, e quase todos os seus “subordinados” foram sendo afastados um a um.
Por aqui, nem as mais absolutas provas são capazes de demover um Cunha enlouquecido e enlouquecedor de suas dissimulações. Nem as mais claras denúncias intimidam Dilma na hora de dizer que “não há corrupção em seu governo”. Para corrigir uma rota, é preciso reconhecer o caminho errado e buscar o que parece correto. Neste imenso Brasil, não há quem seja capaz de tal “proeza”.
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