Até a época de Kardec, entendia-se que a ressurreição bíblica era sempre do corpo, pois não havia ainda um melhor conhecimento da Bíblia. Além disso, era muito forte a crença no dogma dessa ressurreição da carne contida no credo niceno-constantinopolitano, que respeitamos. Mas hoje, como está acontecendo com outros dogmas, que respeitamos também, ele está caindo num esvaziamento. Em várias dioceses, durante as missas, não se diz mais “creio na ressurreição da carne”, isto é, do corpo, mas “creio na ressurreição dos mortos”, o que já é um grande passo no sentido de se reconhecer que a ressurreição é mesmo do espírito como diz a Bíblia, e não do corpo.
Paulo, no capítulo 15:45 de 1 Coríntios, explica de modo muito claro, que temos dois corpos, um espiritual e um carnal e que ressuscita o corpo espiritual. Mas ele chama a atenção para o fato de que somente depois de que o que é ainda corruptível se tornar incorruptível e se transformando no corpo glorioso da ressurreição (atualmente, corpo pancósmico para a Igreja), o que quer dizer que só depois que o espírito tornar-se já purificado. E esse estado de purificação ocorre, quando cada indivíduo tornar-se um verdadeiro discípulo do excelso Mestre e digno, pois, de passar pela porta estreita, símbolo da salvação.
O que Deus e Jesus tinham de fazer para essa nossa salvação já foi feito do melhor modo possível, cabendo a nós, agora, fazermos a nossa parte. Foi por isso que Deus nos criou com inteligência e livre arbítrio, ou seja, para entendermos o Evangelho que seu Enviado todo especial veio trazer para nós, Evangelho esse que é como se fosse um passaporte para a nossa entrada na parte de alegria e felicidade do mundo espiritual.
Reafirmamos que, realmente, no tempo de Kardec, a ressurreição só era entendida como sendo do corpo com seu respectivo espírito. Mas como ficou claro, segundo a Bíblia, a ressurreição é do espírito com apenas o corpo sutil ou de quintessência (matéria não densa, mas muito tenra). E esse corpo sutil, com o qual o espírito ressuscita, é o que a doutrina espírita chama de períspirito. Popularmente, ele é denominado de aura e corpo astral. Ele foi descoberto, por volta do ano de 250, pelo médium vidente grego do início do cristianismo, Orígenes, que, por ser um grande gênio no conhecimento da Bíblia e da teologia cristã daquele tempo, foi cognominado o “santo Agostinho do Oriente”.
Diante das ideias erradas da ressurreição do corpo, Kardec foi intuído para dizer que ela não existia e que, na verdade, o que existia era a reencarnação, ou seja, é o espírito que ressuscita, enquanto que o corpo simplesmente volta para a terra de onde ele veio (Gênese 3:19); e como ensina de modo mais completo o Eclesiastes 12:7: “Ao morrer o homem, seu corpo volta à terra que o deu e seu espírito, a Deus que o deu”. E Paulo (1 Coríntios 15:50), mais uma vez, confirma que junto de Deus não há lugar para a matéria: “Isto afirmo, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção (a carne, a matéria) herdar a incorrupção”, o que confirmamos com Jesus: “A carne para nada aproveita” (João 63: 6).
Há dois tipos de ressurreição. Quando desencarna, o espírito ressuscita no mundo espiritual onde fica aguardando oportunidade de nova reencarnação, ou seja, a ressurreição do espírito na carne!
PS: Una-se à Fundação Espírita André Luiz na campanha contra o aborto e o suicídio: www.amigosdaboanova.com.br/espiritismo.
Entendendo que a ressurreição bíblica é a mesma reencarnação
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