Respeitemos a doutrina trinitária, mas ela é desconhecida dos autores bíblicos. E o próprio Jesus nada falou sobre Deus com três pessoas. Tanto é verdade isso que os teólogos tiveram que a transformar em dogma, para que ela se firmasse como doutrina cristã.
Essa doutrina trinitária e a da divindade de Jesus são a causa principal do grande erro teológico de Deus antropomorfo (Deus humanado), o que cheira a mitologia e tem feito alastrar-se o ateísmo.
Entre alguns textos de sentido figurado e interpretados literalmente pelos teólogos, destacam-se dois: “Nele habita plenamente a divindade” (Colossenses 2: 9). Mas em nós, também, a divindade habita, só que ainda não plenamente, o que acontecerá, com a nossa evolução espiritual, quando chegarmos à estatura mediana de Cristo (Efésios 4: 13; e Romanos 8: 9). O outro texto, erroneamente interpretado de modo literal, é este: “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30). Jesus e o Pai são um em sintonia. “Naquele dia, vós conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós” (João 14: 20; 17: 21). “Deus está em todos” (Efésios 4: 6). Se Jesus está no Pai, nós em Jesus, que está também em nós, somos todos nós um só com Jesus e o Pai, mas só em sintonia, com todos conservando sua própria identidade, sua própria característica, sua própria natureza.
Assim, pois, como nós não nos tornamos literalmente nenhum dos dois, por entrarmos em sintonia com Eles, também nenhum dos dois se torna um de nós, nem o Pai se torna o Filho, e menos ainda o Filho se torna o Pai.
O Velho Testamento fala muito na vinda do messias, um homem salvador, e não o próprio Deus. Aliás, o enviado é sempre inferior ao que envia. “O Pai é maior do que eu” (João 14: 28).
“Nenhum homem jamais viu a Deus” (João 1: 18). Ora, se todas as pessoas viam Jesus, logo Ele não é Deus!
Jesus e nós somos deuses relativos (Salmo 82: 6; e João 10: 34), mas Deus absoluto, o único Ser incontingente de são Tomás de Aquino, é só o que Jesus denominou de seu Pai e nosso Pai. “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (João 20: 17).
“Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Timóteo 2: 5).
“Para nós há um só Deus, o Pai” (1 Coríntios 8: 6).
“Vosso Deus é Deus dos deuses” (Daniel 2: 47).
“Há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”
(Efésios 4: 6).
“Ora, a vida eterna é conhecer-te a ti, que és o único Deus verdadeiro, e conhecer a Jesus Cristo que tu enviaste” (João 17: 3).
“Minha doutrina não é minha, é daquele que me enviou” (João 7: 16).
Sobre o fim dos tempos, disse Jesus: “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém o sabe, nem os anjos que estão no céu nem o filho; só o Pai o sabe” (Marcos 13: 32).
Jesus disse às mulheres no sepulcro: “Não temais, ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá me verão” (Mateus 28: 10).
Realmente, Deus Pai é o único Deus verdadeiro. Jesus, como nós, é seu Filho. Portanto, Jesus é nosso irmão, e é Deus, mas relativo, pois Deus absoluto é só o Pai.
Mas lembremo-nos de que Jesus, apesar de não ser o Deus verdadeiro, absoluto, é o maior Filho de Deus e, pois, nosso irmão maior!
11º Encontro de Espiritismo em Jacareí (SP), com o tema: 150 Anos de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em 6, 7 e 8.6.2014. (12) 99123-1277. carlosmonteoliva@gmail.com.
Jesus é Deus, mas sem divindade, pois é nosso irmão, e não pai
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