Há pessoas que pensam que até uma vírgula da Bíblia foi ditada por Deus. As escrituras não podem errar (João 10: 35). Não interpretando isso, literalmente, cremos que foi uma força de expressão de Jesus para dar ênfase à verdade de que todos nós somos espíritos ou deuses relativos (Salmo 82: 6; e Hebreus 1: 14).
A Bíblia sofreu muitas alterações pelos tradutores para adaptarem-na aos dogmas que foram criados. Kardec não os aceitou, mas não traduziu a Bíblia e não a alterou, como o fizeram Lutero e outros tradutores. E muitos espíritos, que se manifestaram nela por seus autores dotados de dons espirituais ou mediúnicos, por psicografia, psicofonia, intuição e inspiração, foram tomados, erradamente, como sendo o Espírito do próprio Deus.
Vejamos alguns exemplos de que, como ensina a Igreja Católica Apostólica Romana de hoje, em consonância com o pensamento espírita, nós podemos dizer que a Bíblia é a palavra de Deus, mas escrita por homens, o que quer dizer que ela tem erros. A isso acrescentamos que ela foi escrita por espíritos encarnados e desencarnados, espíritos desencarnados esses que influenciaram seus autores encarnados.
Mas não podemos confiar nos espíritos desencarnados (“daimones”), pois há também entre eles os maus (atrasados), cujas profecias e ensinos são falsos. Daí, a advertência de João: “Queridos irmãos, examinai os espíritos para saberdes se são bons ou maus, a fim de que não venhais acreditar em falsas profecias...” (1 João 4: 1). Na Bíblia, não se trata, pois, do Espírito Santo que inspirou seus autores. Se fosse ele, a Bíblia não teria nenhum erro.
Mas espíritos atrasados podem ter-se manifestado na Bíblia? Sim, pois eles têm livre-arbítrio e podem manifestar-se onde, quando e como quiserem, já que Deus, por ser perfeito, respeita esse livre-arbítrio de todos nós, espíritos encarnados e desencarnados.
“Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé...” (Êxodo 21: 24 e 25). Isso não é um ensino de um espírito bom em nome de Deus, e menos ainda do próprio Espírito Santo de Deus. Jesus corrige-o: “Ouvistes que foi dito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao perverso; mas qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra” (Mateus 5: 38 e 39). E corrigiu outros erros bíblicos: “Ouvistes que foi dito: amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5: 43 e 44).
“Tornou a ira do Senhor a acender-se contra os israelitas, e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá” (Samuel 24: 1). “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou a Davi a levantar o censo de Israel” (1 Crônicas 21: 1). Nesses dois últimos exemplos, temos a narração de um mesmo episódio em que, no primeiro caso, é Deus que dá a ordem para a realização do censo de Israel, mas já no segundo, é Satanás. Eles contêm, pois, um erro gravíssimo, já que o próprio Deus é confundido com Satanás!
Conclusão: a Bíblia tem muitas verdades divinas importantes para nós, sim, mas nem tudo nela é de autoria de Deus, que é infalível, e ao qual, pois, jamais poderemos atribuir os erros dela, o que seria até uma blasfêmia!
5º Congresso Espiritualista Inglês, promovido por médicos espíritas ingleses no teatro Rudolf Steiner House, em Londres, de 31.10 a 1.11.2015. Contato com Elsa Rossi: booking@medspiritcongress.org e www.medspiritcongress.org.
Não podemos atribuir a Deus os erros e as contradições da Bíblia
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