Brasileiro gosta de bom futebol. Aquele bem jogado, com várias opções ofensivas, entrega, disposição e gols. Uma pena que, em determinado momento da nossa história, passamos a valorizar a consolidação do aspecto defensivo dos confrontos, deixando de lado o talento para investir em táticas amarradas. Um jogo físico ou quase sempre de muito toque de bola, mas pouca produção e eficiência ofensiva. Não que eu abomine o tal “fechar a casinha”. O futebol é estratégico, e para muitos times, principalmente os de menor expressão, talvez essa seja a única saída para defrontar gigantes e vencer de forma heroica nos contra-ataques.
Apesar de tudo, me sinto feliz ao ligar a televisão para assistir ao retorno da Premier League, o tradicional e astronômico Campeonato Inglês, para mim o melhor torneio nacional da Europa. Logo na rodada inaugural da temporada 2017/2018, iniciada na última sexta-feira, foram 31 gols marcados em dez jogos, média de 3,1 por partida. Apenas um confronto terminou em 0 a 0, o duelo entre Southampton e Swansea.
Ver tantas bolas na rede em um espaço tão curto de tempo – um fim de semana – traz à mente o caráter fantasioso do futebol. Não somos ingratos. Mesmo que a derrota bata à porta do nosso time ou que crucifiquemos o sistema defensivo pelos vários gols sofridos, jamais negaremos as palmas quando caímos de pé. É pelo menos isso que o torcedor espera de seu clube do coração.
Existem várias situações que explicam o alucinante nível técnico do futebol inglês. A velocidade, as estrelas, o perfil da arbitragem, notoriamente conhecida por deixar o jogo correr e quase sempre dar cinco minutos de acréscimo, a habilidade em curto espaço etc. Ficaríamos horas enumerando motivos, e isso só aumentaria em nós, brasileiros, a inveja ao lembrar do jogo metódico e frio que tem sido praticado em terras tupiniquins.
“Um gol é um orgasmo, através do qual um jogador, uma equipe, um estádio, um país, a humanidade inteira, descarregam subitamente sua energia vital”, disse certa vez o escritor peruano Mário Vargas Llosa.
Só que as prioridades andam se invertendo justamente no país que é o berço do famoso “jogo bonito”. Torço para que não enquadremos o futebol em achismos, tendências e táticas mecanizadas. Mas que vença o improviso, a ousadia, o ataque. Que nossos times não tenham receio ou medo de atacar.
Alô, Tite! Falando em futebol bem jogado, espaço para elogiar o zagueiro Jemerson, ex-Atlético, em sua segunda temporada com o Monaco. O jogador já tem dois gols na Ligue 1, o Campeonato Francês, o último deles um belíssimo tento de bicicleta. A presença de Rodrigo Caio na seleção brasileira de Tite é totalmente inexplicável, mesmo que haja o álibi do defensor atuar até como um volante. Jemerson, na França, tem mostrado potencial para mais uma oportunidade com a amarelinha. Outro questionamento é a presença de Alisson, agora titular da Roma, e até mesmo Cássio, na lista de goleiros convocados. Vanderlei, do Santos, é de longe o melhor goleiro do país na atualidade. Merecia uma chance.
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