Uma amiga me liga; quer saber minha opinião sobre a cirurgia de redução de estômago. Conhecendo-a há tantos anos e sabendo de sua dificuldade em emagrecer e levantar a autoestima, eu a apoio. E lembro-me de quando eu era adolescente, com meus 38 quilos, louca para parecer gente, ou melhor, mulher. Colocava sob a calça jeans uma meia grossíssima de lã para ver se a perna engrossava um pouco. Quase morria de tanto calor, mas e daí? Na minha cabeça, era preferível torrar a desfilar com minhas pernas finas.
E me impressiono com as adolescentes de hoje, que, ao contrário de mim na idade delas, param de comer para ficarem magérrimas. Quem é que entende? Até porque quem gosta de mulher esquelética são as próprias mulheres. Homens, não. Pelo menos é o que escuto deles por aí.
Mas nós, mulheres, somos assim: as que têm cabelos encaracolados querem tê-los lisos, as que têm lisos os querem anelados. A loirinha se derrete no sol para pegar uma cor, a morena sonha com tez e cabelos claros; uma consegue enxergar celulite até nos dedos do pé, outra, não satisfeita com o que a natureza lhe deu, taca logo 250 ml onde não carece de 10. Fora aquela que passa horas no espelho repetindo o mantra “tô gorda!” e, angustiada com a situação, ataca a geladeira.
Quando jovem, mesmo sem vontade, empurrava comida: banana com mel, mingau de maisena, broas de fubá... Alguma coisa tinha que surtir efeito, pelo menos que me fizesse chegar aos 40 quilos. E nada; cresci e me casei pesando 39. Como diriam os convidados, estava mais para debutante do que para noiva.
Com o passar dos anos, descobri que engordamos, comendo ou não. O metabolismo diminui, o pique é outro, os hormônios passam a ditar as regras. E, nessas horas, todo cuidado é pouco. Sem neuras, claro!
Mas, voltando às eternas insatisfações femininas, divirto-me ao me lembrar da história de outra amiga, que, após o terceiro filho, vindo meio sem querer, resolveu dar uma “levantada de moral”, que, segundo ela, depois de três gestações e muita amamentação, foi parar no umbigo. Seguindo a recomendação de sua ginecologista, marca consulta com um renomado cirurgião. Com três crianças pequenas, sem tempo para se cuidar e com a lei da gravidade batendo de goleada, lá se foi em busca da tal e tão necessária “levantada”.
O susto começa na sala de espera, quando, de repente, um homem jovem e cheio de charme, vestido de branco, atravessa o recinto com um cordial “bom dia”.
“Epa! Será que é esse o... ?”, pensa.
Vai logo se levantando da cadeira e perguntando à secretária:
– Por acaso esse aí é o doutor...?
Era, para o seu desespero, o próprio.
Queria matar sua médica. Por que ela não lhe avisou antes que o sujeito era um deus grego? Como é que ela iria tirar a blusa para um homem daquele? Com as coisas lá no umbigo? Que nem índia velha? Sem chance.
Quer desistir da consulta, quando é chamada pela secretária.
E ali, sentada à mesa defronte ao deus, tem vontade de sair correndo. Até que ele, educadamente, lhe pergunta:
– Pois bem, o que a trouxe aqui?
E ela, num lampejo de sabedoria, responde:
– O nariz, doutor. Eu odeeeeeio o meu nariz!
Mulheres! Ah, essas mulheres!!!
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