Brasileiras e brasileiros que se enojaram com a votação da Câmara dos Deputados na decisão de encaminhamento do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef certamente devem ter concluído que não havia se encerrado sua temporada de horrores. As sessões da Comissão do Senado e, posteriormente, de seu plenário, certamente, não aliviaram em nada suas decepções.
Nada mais desestimulante e hilário, para não se admitir como degradante, que as sessões do Senado, ouvindo a grosseira e a burra fala dos senhores senadores, quase em sua maioria, homens aos quais se atribuíram responsabilidades importantes de representação do interesse e preservação da federação. Pouca ou nenhuma voz aproveitável, que acrescentasse luz à discussão sobre se a presidente Dilma cometera ou não crime de responsabilidade que justificasse sua cassação. Um festival de sandices foi organizado para em nada qualificar o debate ou a nação.
A presidente Dilma Rousseff não estará sendo deposta ou ‘impichada’, verbo criado nas cercanias do Congresso Nacional, por improbidade ou crime de igual representatividade. Dilma talvez estará sendo cassada por sua incompetência como gestora pública, por sua equivocada dimensão do interesse nacional como presidente de uma nação até então mergulhada na confiança, bem ou mal induzida, de que caminhávamos em postura olímpica para um momento de afirmação nacional.
Esta foi a realidade vendida pelo governo que a antecedeu, a de que estávamos nos dirigindo para o encontro com um novo momento, de presença em um outro cenário de avaliação da nossa realidade econômica e social. Isso não se deu.
O Brasil deteriorou-se, ampla e horizontalmente. Desemprego em índices quase nunca vistos, a inflação forte e revigorada, um quadro de desestímulo contagiante. Instituições falidas, os Poderes da República – Legislativo, Executivo e Judiciário – contaminados pela suspeição de seus membros. O Brasil faliu. Ledo engano não admitirmos isso.
Nesse quadro de instabilidade, uma realidade de dependência do que sabe, por relato ou delação, um juiz da Justiça Federal de 1ª. Instância do Paraná, cujas decisões, tomadas bem ou mal, com propriedade ou exagero, sempre afetam, e nem o STF ainda as desconstruiu ou reendereçou.
Em síntese, essa é a antessala histórica das próximas eleições. Vamos eleger prefeitos e vereadores à luz dessa incerteza em que nos achamos. É o que semeamos.
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