Estados Unidos e Coreia do Norte se engajaram em uma batalha de nervos perigosa. Há tempos as duas nações vivem esta guerra fria, com a Coreia certa de que a China está ao seu lado, fornecendo coragem para a ditadura de Pyongyang desafiar o Ocidente. Do outro lado, Estados Unidos e Europa sempre adotaram uma postura cautelosa, entretanto, com a chegada de Donald Trump em Washington, as peças começaram a mexer no tabuleiro.
O novo presidente americano é muito diferente de Barack Obama e ganhou a eleição com a promessa de redirecionar a política de seu país. Trump foi um dos maiores críticos da postura vacilante e claudicante de Obama em diversas frentes externas, a começar pela Síria. Uma crise com a Coreia do Norte fornece a oportunidade de mostrar como pode fazer diferente, algo que será determinante em seu legado internacional. A chance de construir a chamada “Doutrina Trump”.
Do outro lado, a Coreia do Norte surge mais uma vez como antagonista dos Estados Unidos, desta vez ameaçando de forma perigosa os interesses de Washington. Pyongyang deseja provocar, mas está longe de querer se engajar. Seus movimentos evidenciam outros interesses, que passam pela validação interna do regime, até a geopolítica da região.
Entretanto, um ato mal calculado pode colocar a estratégia da Coreia do Norte em xeque, especialmente porque neste momento quem habita a Casa Branca possui um ímpeto muito diferente do antecessor e ninguém duvida em Washington de que Donald Trump pagaria para ver até onde vai o ditador norte-coreano. O presidente americano disse que uma solução militar é possível, usando expressões como “armado e carregado” e que responderá com “fogo e fúria” as ameaças coreanas. Ele realmente pode levar adiante o que diz. Sem experiência na condução de políticas de Estado, Trump é adversário perigoso. Kim Jong-un deveria colocar as barbas de molho.
O fato é que existe o perigo real de um confronto entre Estados Unidos e Coreia do Norte. Apesar de pouco provável, a escala aumenta e a possibilidade existe, portanto precisa ser avaliada, medida e considerada. O componente que de alguma forma freia um possível conflito reside nos desdobramentos internacionais, que levariam para o tabuleiro o envolvimento da China e os riscos reais de ataque ao Japão e Coreia do Sul. O que assusta neste momento é o desdobramento do conflito em um embate nuclear. Guam, o alvo de Kim, é um verdadeiro paiol dos americanos, uma vez que 30% do território da ilha são bases militares.
Não há dúvida de que o regime comunista de Pyongyang deve ser extinto e seu povo merece viver um sistema democrático e livre. A Coreia do Norte continua sendo um território fechado e perigoso, uma ditadura brutal em descompasso com os rumos das liberdades conquistadas por tantas nações. Se deseja continuar com sua ditadura, Kim Jong-un precisa entender que Donald Trump não é Barack Obama. O “fogo e fúria” de Washington agora pode ser real.
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