A herança maldita do governo Dilma deixou o país à beira do abismo. A aguda crise fiscal e a total perda de credibilidade da política econômica e institucional nos colocaram numa verdadeira enrascada. Recessão, desemprego, juros estratosféricos, inflação resistente, endividamento alto se combinaram com a corrosão acelerada da base de apoio político e social ao governo do PT, culminando no afastamento da presidente. Não havia notícia boa e era cada vez mais difícil alimentar a esperança em dias melhores.
Mas de forma lenta e firme começa a surgir luz no fim do túnel. É verdade que o presidente Michel Temer não tem a força e a legitimidade das urnas. Mas tem experiência, serenidade e habilidade política. A relação com o Congresso Nacional mudou da água para o vinho. E a prova disso foi a maiúscula vitória por 366 votos na aprovação, em primeiro turno, da PEC 241, que limita a expansão dos gastos públicos e inicia o ajuste necessário. Isso foi essencial para gerar confiança na sociedade e no mercado sobre a capacidade de o governo liderar um conjunto de reformas que reponham o Brasil nos trilhos. O índice de confiança dos consumidores e dos investidores aferido pela Fundação Getulio Vargas já melhorou consideravelmente nos últimos cinco meses. A esperança estilhaçada pela desastrosa condução de Dilma Rousseff começa a ser reconstruída.
Mostra disso é que as boas notícias começam a aparecer. Os combustíveis tiveram uma redução em seus preços. A inflação começou a ceder. O Banco Central sinalizou, com o corte de 0,25% na taxa de juros, na última reunião do Copom, uma firme, contínua e responsável queda dos juros. Só a macroeconomia de botequim do PT e de seus aliados na discussão da PEC 241 não consegue perceber as conexões entre a política monetária e a fiscal. Quanto mais restabelecermos o equilíbrio fiscal, mais a taxa de juros cairá, permitindo a volta dos investimentos e criando espaço fiscal para o aumento dos gastos nas políticas sociais. Juros são consequência, e não causa do estrangulamento fiscal.
Também a decolagem das parcerias com o setor privado está sendo boa. Ainda há desconfianças em relação a um país que tem um histórico de calotes e que teve no governo Dilma a destruição dos fundamentos de uma economia capitalista: contratos, previsibilidade, ambiente institucional saudável, regras estáveis, apoio congressual.
Temos que aprovar a PEC da Responsabilidade Fiscal em segundo turno na Câmara e em dois turnos no Senado. Isso será feito até dezembro. Depois, discutirmos e votarmos a inevitável reforma da Previdência, a modernização das relações do trabalho, a simplificação tributária e a reforma política. Esse será o roteiro para 2017.
Não podemos perder o foco. As turbulências naturais e necessárias provocadas pela Lava Jato com a prisão de atores importantes, como Palocci e Eduardo Cunha, não podem e não devem desviar o rumo.
É possível sonhar com um crescimento de 1,5% em 2017 e 4% em 2018, com juros muito mais baixos e inflação dentro da meta. Basta arregaçar as mangas e fazer o que é preciso ser feito.
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