Em meio às permanentes notícias sobre a corrupção endêmica que abraçou o país, a ebulição em torno de mais uma tentativa de reformar o sistema político e as dúvidas relacionadas à estabilidade política necessária para o prosseguimento do processo de mudanças e reformas estruturantes, a economia começa a esboçar, ainda que timidamente, a geração de boas notícias.
Uma conceituada revista semanal, especializada em economia, estampou em sua capa: “Recuperação começou”. E qualifica abaixo: “O desemprego cai 5%. As vendas de carros sobem 4%. A exportação está em alta. Um conjunto de dados mostra que a economia brasileira toma um primeiro impulso e tem tudo para engatar o crescimento – desde que a política não estrague”.
É evidente que há um abismo a separar a sociedade e o sistema político. Mas é também verdade que apenas ele pode produzir decisões para nos tirar do atoleiro em que o governo Dilma meteu o país.
E o tem feito. A recente revolução produzida nas regras que regem as relações trabalhistas começará a gerar efeitos positivos no emprego e na produtividade. As mudanças no marco regulatório do pré-sal e a reengenharia gerencial na Petrobras começam a redinamizar o setor. O agronegócio continua dando show de competência, inovação e resultado. O novo marco da mineração enviado ao Congresso deve modernizar o segmento.
Na última semana, a Câmara aprovou a Medida Provisória 777/2017, que substitui a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela Taxa de Longo Prazo (TLP) nas operações do BNDES, apontando para o rumo da democratização da taxa de juros, para a maior transparência nas relações Tesouro Nacional e BNDES e para a redução dos subsídios que a sociedade transfere para as empresas dentro da política de incentivo aos investimentos.
A experiência recente demonstra a ineficácia de certas políticas de indução ao desenvolvimento. O recente Programa de Sustentação do Investimento (PSI) consumiu em cinco anos R$ 500 bilhões que poderiam ter ido para saúde, educação, saneamento ou segurança. No entanto, as taxas de
investimento (FBKF) caíram, e o Brasil experimentou a maior recessão de sua história.
A medida revela uma visão renovada do capitalismo contemporâneo. Precisamos libertar-nos do capitalismo cartorial, da cultura da “sociedade da meia-entrada”, da tutela estatal, e acordar para o empreendedorismo, a inovação, a competitividade, a inserção na economia global, além de respeitar as sinalizações de mercado.
A redução dos subsídios é necessária neste momento de grave crise fiscal. Não é justo o contribuinte transferir renda para empresas que são subsidiadas e não investem com capital próprio. Não é justo que o patrimônio dos trabalhadores, o FAT, que arca com o abono salarial e o seguro-desemprego, seja remunerado muito abaixo das taxas de mercado. A aprovação da MP 777 é mais um passo para a retomada do desenvolvimento. Que a política não atrapalhe.
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.