Às portas de completar 30 anos de existência, o PSDB realizará no próximo sábado sua Convenção Nacional, que elegerá o novo diretório nacional e a nova executiva. Não há por que esconder que o partido viveu recentemente a maior crise de sua história, a partir de divergência profunda em torno do papel do PSDB diante do governo de transição pós-impeachment. O legado econômico e de modernização institucional que será deixado é um dos mais relevantes de toda a história brasileira.
Os resultados do conjunto de mudanças operadas começam a aparecer. Desemprego, inflação e juros caindo. A confiança na política econômica sendo retomada. Mas muito há ainda o que fazer. Se o processo de modernização não for aprofundado, não haverá crescimento sustentado e mergulharemos novamente em grave crise. A janela de oportunidade para recolocar o país nos trilhos está se fechando e o PSDB tem um papel decisivo na organização do “centro político” contra perspectivas de radicalização à esquerda e à direita.
Nesse sentido, a última semana foi importante para a preparação do partido para os desafios que se avizinham. Lançamos o documento “Gente em Primeiro Lugar: O Brasil que Queremos”, com diretrizes para um novo programa partidário, que balizará as discussões do Congresso Nacional Programático, que será realizado no início de 2018. Assim, envolveremos vereadores, prefeitos, militância, deputados, senadores, governadores, intelectuais e lideranças políticas no diálogo com a sociedade civil sobre o programa a ser defendido nas eleições de 2018.
Também foi construída uma solução de unidade e convergência, com Geraldo Alckmin na presidência. Agora é trabalhar o programa de governo, as alianças políticas e a definição do candidato. Se houver mais de um pré-candidato, haverá prévias em fevereiro, assegurando uma decisão coletiva e democrática.
Evoluiu também a questão da participação no governo de transição. Foi dada como concluída essa etapa, assegurando apoio parlamentar às medidas que avancem no enfrentamento da crise e na retomada do desenvolvimento. Alguns poucos quadros partidários, em caráter pessoal, permanecerão no governo, como é o caso do ministro das Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira, que, como chanceler, desempenha função de Estado, e que tem feito um excepcional trabalho para resgatar as melhores tradições do Itamaraty e romper com a herança terceiro-mundista bolivariana, que tanto prejuízo trouxe em seus alinhamentos equivocados.
Dessa forma, o PSDB poderá superar as divergências em relação à presente conjuntura, lançando seu olhar em direção ao futuro, e erguer uma alternativa de poder que assegure o equilíbrio, a experiência, a capacidade gerencial, a maturidade política e a visão estratégica necessárias para a continuidade das transformações essenciais à construção de um novo horizonte para o país, resgatando aquilo que é mais precioso, a esperança.
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