Abril foi mais um mês com retirada recorde de recursos da caderneta de poupança. Segundo dados do Banco Central (BC), os saques superaram os depósitos no mês passado em R$ 5,850 bilhões, configurando o pior abril desde que os dados começaram a ser coletados, em 1995. Foi também o quarto mês seguido em que a diferença entre saques e depósitos na poupança (chamada de captação líquida) ficou negativa. No acumulado do ano, o saldo é negativo em R$ 29,081 bilhões.
Essa notícia traz consigo uma série de consequências para a economia do país e para a vida de milhares de brasileiros. Os recursos depositados na caderneta de poupança são a principal fonte de recursos que os bancos utilizam para conceder empréstimos para aqueles que buscam financiamento imobiliário. Mas os bancos só podem emprestar uma parte desses recursos (cerca de 65%). O restante deve ser encaminhado para o Banco Central e fica guardado lá constituindo uma reserva de segurança (chamado depósito compulsório). O grande problema é que os bancos e principalmente a Caixa Econômica Federal – responsável por cerca de 70% do crédito imobiliário no país – já estão perto desse limite.
Foi por essa razão que a Caixa Econômica endureceu as regras para a concessão de empréstimos para aquisição de imóveis. Aumentou a exigência de entrada, e aumentou a taxa de juros. Com isso, os brasileiros terão uma dificuldade maior para realizar o sonho da casa própria.
E qual é a razão que está levando os brasileiros a sacarem o dinheiro depositado nas cadernetas de poupança? Podemos dizer que são duas as razões. Com o aumento da inflação e com a elevação das taxas de juros (para combater a inflação), a caderneta tornou-se uma opção pouco atrativa. Nos últimos meses, o rendimento da poupança perdeu para a inflação. Em outras palavras, o dinheiro guardado nas cadernetas teve uma correção menor que o aumento dos preços. Perdeu poder de compra. Alguns investidores estão buscando alternativas de investimento capazes de garantir uma remuneração melhor.
Outra razão que explica os saques é que muitos brasileiros estão usando o dinheiro que estava guardado na poupança para quitar compromissos financeiros assumidos anteriormente ou mesmo para complementar o pagamento das despesas mensais. Nos últimos meses, o orçamento doméstico foi muito pressionado. No lado dos gastos, a inflação trouxe um aumento considerável nas despesas das famílias. Alguns gastos, como energia, subiram bem mais que a inflação. E ao lado dos ganhos, com a freada na economia, os salários não estão tendo reajustes significativos. E, com o aumento do desemprego, muitos estão deixando de ter ganhos até conseguirem uma recolocação no mercado.
Para aqueles que têm dívidas com altas taxas de juros (como, por exemplo, cartão de crédito e cheque especial) e possuem recursos aplicados na poupança, uma boa saída é utilizar esses recursos para a quitação das dívidas. Devem, porém, reorganizar o orçamento e privilegiar a geração de uma economia mensal para reabastecer a poupança ou outra aplicação. Ter uma reserva de segurança é muito importante, especialmente nos momentos mais difíceis!
Em 2015, é importante melhorar os hábitos financeiros. Invista em sua educação financeira!
Mandem dúvidas e sugestões para o e-mail carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br
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