Em diversas épocas do ano, entidades ligadas ao comércio lançam campanhas de renegociação de dívidas para consumidores inadimplentes. Nessas campanhas, os consumidores têm a oportunidade de renegociarem, junto aos seus credores, débitos existentes. O grande problema é que uma boa parte dos consumidores atendidos, em pouco tempo, voltará para a lista de inadimplentes. Pode-se inferir que isso aconteça, pois essas campanhas acabam por tratar somente dos sintomas da vida financeira desses consumidores (no caso, a inadimplência) e não das causas desse desequilíbrio financeiro, originado pelo hábito de consumir mais do que o permitido por seus ganhos.
Além de tratar pontualmente o problema, as campanhas de renegociação de crédito deveriam estar associadas a um programa de educação financeira, com o objetivo de provocar a reflexão dos consumidores sobre os seus hábitos de consumo. Muitas pessoas não conseguem resistir aos apelos do consumo. Sem consciência da sua realidade orçamentária, acabam por comprometer uma grande parcela do orçamento. É muita prestação para pouco salário.
Essas pessoas são impactadas pelos estímulos para o consumo feitos pelas indústrias, que colocam no mercado, a todo o momento, novos produtos que acabam por tornar obsoletos produtos lançados há pouco tempo. Sem muito conhecimento técnico e acreditando em tudo que é dito pelas propagandas, o consumidor considera que o seu produto já é uma peça de museu, mesmo tendo pouco tempo de uso, e, na maioria das vezes, não observa que jamais irá utilizar muitos dos recursos agregados ao produto.
Dentre os diferentes tipos de estímulos para o consumo temos a televisão, que traz, a cada intervalo comercial, anúncios nos mostrando produtos maravilhosos que dizem ser capazes de mudar nossa vida. A publicidade brasileira, reconhecida internacionalmente, cria comerciais que mostram as mais diversas qualidades de um produto. Muitas vezes, chegamos a pensar como foi possível viver, até aquele momento, sem aquele produto. De modo geral, esse é o perfil da atual sociedade que, infelizmente, caminhou na direção de avaliar e julgar uma pessoa por aquilo que ela possui. Temos que consumir determinados produtos para, só assim, sermos reconhecidos e admirados.
E esses estímulos para o consumo começam a atingir os consumidores cada vez mais cedo. Tenho uma filha de seis anos, assídua telespectadora de um canal infantil de desenhos animados, e fico impressionado com a velocidade dos lançamentos de brinquedos feitos pela indústria. A criança fica maravilhada e quer cada um daqueles brinquedos. Nesse momento, cabe aos pais frear esse impulso que é típico das crianças. É preciso mostrar para elas a diferença entre querer e precisar (ou mesmo poder financeiramente). Caso isso não seja feito, no futuro, essas crianças serão adultos que consomem tudo, mesmo que não tenham recursos suficientes e poderão se tornar candidatos aos programas de renegociação de dívidas. (texto originalmente publicado em www.mercantildobrasil.com.br/educacaofinanceira)
Neste mês, continuo com a promoção do livro “Meu Dinheiro”, buscando que mais pessoas possam adquiri-lo. Os leitores interessados podem me enviar um e-mail, que retorno com as indicações de como proceder. No livro, são discutidos temas importantes sobre finanças pessoais de uma forma que ajude os leitores a melhorar o seu relacionamento com o dinheiro.
Mandem dúvidas e sugestões para o e-mail carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br.
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