Nada demais no processo. Você entra no site e deixa por lá alguns dados pessoais – como data e local de nascimento. Em alguns segundos, tem seu lugar no mundo e seu futuro revelados. O oráculo que tudo vê, que tudo sabe não recorre às estrelas, ao calendário chinês ou às runas. Suas previsões são baseadas na mais pura e precisa matemática.
O brinquedinho que atende pelo nome de population.io é uma plataforma que usa os dados demográficos da Organização das Nações Unidas (ONU) e o estudo de Perspectivas da População Mundial (2012)para ajudar gente como a gente a ter uma nova perspectiva da própria vida. Comigo funcionou.
Descobri por lá que ainda tenho 42 anos e oito meses de vida, quase o mesmo tanto que percorri até aqui. É o suficiente, quero acreditar. Se eu passar filtro solar todo dia, manter essa rotina disciplinada de atividade física, beber uma taça de vinho nos jantares, enfrentar a mamografia uma vez por ano e ter a sorte de não ser encontrada por uma bala perdida ou uma carreta desgovernada, já posso até marcar um evento no Facebook para minha despedida deste mundo, vasto mundo: 8 de junho de 2058. Pena que vou estragar a festa dos 85 anos, que seriam completados só 20 dias depois. Mas é a vida.
Poderia ser diferente se a geografia não fosse tão determinante. A grama verde do capitalismo norte-americano, por exemplo, daria à minha biografia 11 meses de brinde. Já os cuidados dos médicos comunistas de Cuba garantiriam dois anos a mais.
Através da ferramenta, confirmei o que minha capacidade de observação já tinha constatado. Sou mais velha que a maioria, mais precisamente, que 68% das pessoas do planeta. Se for me concentrar no meu quintal, essa triste realidade não muda. Só 32% dos brasileiros têm mais idade que eu.
No exato momento em que estava escrevendo este parágrafo, era a pessoa número 4.970.957.463 do mundo, mas já tenho uma grande data para marcar no calendário: o dia 12 de novembro deste ano, quando serei a pessoa número 7 milhões.
Incrível, mas não tanto quando saber que 265.154 pessoas nasceram no mesmo dia que eu. Na mesma hora, foram aproximadamente 11.048. Todos com um mapa astral idêntico. E aí é inevitável pensar no sentido de nos considerarmos únicos, especiais e importantes. Ter consciência do nosso tamanho pode ser, no fundo, uma experiência libertadora.
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