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Aperam inicia a produção de um novo aço no próximo ano
Siderúrgica investiu US$ 19 milhões para fabricar um aço elétrico de alta permeabilidade, o HGO
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Após um investimento de US$ 19 milhões nos últimos dois anos, a Aperam South America (ex-Acesita) iniciará no ano que vem a produção de um aço elétrico de alta permeabilidade, o HGO, em Timóteo, no Vale do Aço. Outro investimento feito na usina foi para a reforma de um laminador existente, da ordem de US$ 9 milhões. “Sempre tivemos na carteira o aço de grão orientado regular, e já existia uma tecnologia no mundo de um aço de permeabilidade magnética maior, ou seja, de eficiência energética. Fizemos uma pesquisa para desenvolver nosso aço de alta permeabilidade, o HGO”, contou o presidente da Aperam, Frederico Ayres, 44, que está há 20 anos na empresa.
O HGO, que terá em Minas Gerais a primeira produção da América Latina, tem aplicação em transformadores de força (usados em grandes equipamentos próximo a hidrelétricas) e de transformadores de distribuição de energia (usados em postes de iluminação). “Não é um investimento em aumento de capacidade. É para enobrecer o mix e simplificar o processo de produção. Na crise tem-se que fazer um investimento desses para conquistar outros mercados”, explicou Ayres.
A produção do novo aço HGO vai depender muito da demanda do mercado. Atualmente, o volume é de 60 mil toneladas para o GNO, aço elétrico de grão não orientado que é usado em motores, e já produzido em Timóteo pela Aperam.
Capacidade. Com 2.400 empregados na usina em Timóteo, e outras 1.200 pessoas na Aperam BioEnergia – de produção de carvão vegetal no Vale do Jequitinhonha –, a siderúrgica tem capacidade instalada de 850 mil toneladas por ano de aço bruto na aciaria, na fase quente. De produto acabado, são 700 mil toneladas ao ano. “Estamos rodando com a capacidade total em produto acabado”, disse Ayres.
Mas até quando a capacidade instalada aguenta para não precisar haver um novo ciclo de investimentos em Timóteo? “Claramente, temos um plano pronto para quando essa demanda for superior ao que ela foi em 2014. Mas a capacidade instalada ainda é suficiente para suportar os próximos cinco anos”, respondeu Ayres.
Sem desligar nenhum dos dois altos-fornos na usina em Timóteo e, mesmo com a forte queda nas vendas de 30% nos últimos dois anos ante 2014, a Aperam partiu para o aumento da exportação, a competitividade e a inovação de seu aço para suportar e sobreviver à adversidade do mercado interno. Assim, a exportação de aços inoxidáveis que tinha um patamar próximo a 20%, já representa 40% das vendas.
Empresa buscou a diversificação de produtos
A usina da Aperam em Timóteo é totalmente integrada com a produção do carvão vegetal, dois altos-fornos, aciaria, laminação a quente e duas laminações a frio – uma dedicada a aços inoxidáveis e outra para elétricos.
Além da flexibilidade, a empresa investiu na produção de mais produtos e aplicações do aço nos últimos cinco anos. Foi o caso da betoneira em caminhões de concreto. “Ela nunca foi feita de aço e se mostrou muito econômica no ciclo de vida”, contou o presidente Frederico Ayres.
Outro exemplo foi a aplicação do aço na indústria de açúcar, que também tinha uma série de processamentos com pouca aplicação do inoxidável. “Agora, há uso na produção do açúcar desde a moagem até a transformação no açúcar”, informou.
Um terceiro exemplo é o da mineração. Já existem vagões de minério de ferro que, por dentro, são inoxidáveis. “É um aço em que em boa parte dos processos há desgaste dos equipamentos. Como o inoxidável é resistente a ferrugem e corrosão, ele desgasta mais lentamente, dando vida longa ao vagão e resistência maior”, explicou Ayres. (HL)
Sustentabilidade
Em Timóteo, aço verde é a diferença
A usina da Aperam South America em Timóteo, de acordo com seu presidente Frederico Ayres, tem um diferencial que ele chama de “aço verde”, produzido a partir de carvão vegetal de florestas plantadas pela empresa desde 2011. “É um processo produtivo sustentável”, contou Ayres, sobre as florestas renováveis de eucalipto em Minas Gerais.
Por meio da Aperam BioEnergia, são produzidas 400 mil toneladas por ano de carvão vegetal com impacto nos municípios de Itamarandiba, Capelinha, Veredinha, Turmalina e Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha.
A Aperam BioEnergia registra uma colheita anual de 2,2 milhões de m³ de madeira com produção de 9 milhões de mudas ao ano. O plantio abrange 4.000 hectares ao ano e emprega 1.200 funcionários diretos. “Um terço dos funcionários da empresa está nas florestas”, calculou Ayres.
Parceria. As florestas de eucalipto da Aperam BioEnergia abrigam ainda o projeto “Apicultura em Rede”. Desenvolvido pela empresa em 2006, em parceria com as associações de apicultores locais, ele serve como fonte de trabalho e renda para as comunidades.
Atualmente, cem produtores e seus familiares participam do programa nos municípios de Itamarandiba e Veredinha. Já são 13 mil apiários instalados, responsáveis pela produção anual de 300 toneladas de mel. O produto é vendido a uma empresa de Ipatinga, que o exporta, gerando receita de R$ 3 milhões para os apicultores. (HL)
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