Nas últimas semanas, aumentou a contestação ao governo Dilma Rousseff por parte de lideranças do PT, o que deve acirrar os debates no quinto congresso da legenda, a ser realizado entre os dias 11 e 13 de junho, em Salvador (BA). Considerado nome preferencial do partido na disputa presidencial de 2018, Lula criou um “conselhão”, integrado por Alexandre Padilha, Antonio Palocci e Fernando Haddad, entre outros, para debater temas da agenda política.</CW><CW-3>
Integrante da Mensagem do Partido, corrente de oposição à Construindo um Novo Brasil (CNB), o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro mudou-se para o Rio. Ele critica o ajuste fiscal e defende a formação de uma “nova frente de esquerda” visando às próximas eleições.
O plano de Tarso é afastar o PT dos peemedebistas do Rio de Janeiro, Estado em que o aliado tem criado mais problemas ao governo no Congresso. Mesmo que não tenha força para inviabilizar a dobradinha das duas legendas em 2016, o ex-governador conseguiu dar amplitude nacional à bandeira de contestação ao partido do governador Pezão e do prefeito Eduardo Paes.
A escolha do momento atual, feita pelo PT, para brincar de “jogo da verdade”, é ruim para o Palácio do Planalto. O prazo de vigência das MPs do ajuste fiscal termina no fim da semana, a rusga entre o ministro Levy e o grupo mais próximo da presidente abala a credibilidade de todos, dificultando, além de sua natureza já espinhosa, a tarefa de arrebanhar apoio político para a receita amarga do ajuste. E não é tudo.
Após a votação das MPs 664/2014, 665/2014 e 668/2015, todas do ajuste fiscal, outras medidas provisórias entrarão em cena e manterão o clima de batalha e de intensa negociação no Congresso. Na apreciação da MP 670/2015, que ajusta a tabela do Imposto de Renda de forma escalonada, deputados do PT tentarão aprovar emenda que tributa o lucro das empresas.
Também há emendas que podem aumentar os gastos públicos. Algumas tentam garantir o reajuste anual da tabela do IR. Outras, impedir que os repasses do Fundo de Participação de Estados e Municípios sofram reduções.
O senador Paulo Paim (PT-RS), por exemplo, apresentou emenda estendendo a todos os aposentados do INSS a atual regra de reajuste do salário mínimo até 2019 (inflação, mais a variação do PIB de dois anos antes), prorrogada pela MP 672/2015. Para não perderem validade, a MP 670 precisa ser votada até o dia 8 de julho, e a 672, até o dia 17 de julho. É difícil imaginar como o governo fará isso sem contar com a adesão integral do PT a seus objetivos.
No congresso do partido, temas como a aliança com o PMDB e o ajuste fiscal prometem acirrar o debate interno. Uma pequena demonstração disso pode ser observada nas votações das MPs do ajuste na Câmara, durante as quais importantes lideranças petistas têm criticado o pacote, chegando inclusive a divulgar um manifesto cobrando mudanças na política econômica.
Na pauta da reunião em Salvador, a discussão de novas formas de eleição de sua direção dará a Tarso a oportunidade de angariar apoios à tentativa de contestar o domínio exercido pela CNB. O PT ensaia um “afastamento” de Dilma, da mesma forma que Lula já faz pensando em 2018. Para amenizar a crise com o desgaste de sua imagem, a legenda poderá operar mais como partido e menos como governo, principalmente se a CNB for derrotada no debate interno. O que colheu até aqui, no entanto, não encoraja expectativas positivas.
O PT convive mal com o ajuste, o que dificulta obter apoio político
Clique e participe do nosso canal no WhatsApp
Participe do canal de O TEMPO no WhatsApp e receba as notícias do dia direto no seu celular
O portal O Tempo, utiliza cookies para armazenar ou recolher informações no seu navegador. A informação normalmente não o identifica diretamente, mas pode dar-lhe uma experiência web mais personalizada. Uma vez que respeitamos o seu direito à privacidade, pode optar por não permitir alguns tipos de cookies. Para mais informações, revise nossa Política de Cookies.
Cookies operacionais/técnicos: São usados para tornar a navegação no site possível, são essenciais e possibilitam a oferta de funcionalidades básicas.
Eles ajudam a registrar como as pessoas usam o nosso site, para que possamos melhorá-lo no futuro. Por exemplo, eles nos dizem quais são as páginas mais populares e como as pessoas navegam pelo nosso site. Usamos cookies analíticos próprios e também do Google Analytics para coletar dados agregados sobre o uso do site.
Os cookies comportamentais e de marketing ajudam a entender seus interesses baseados em como você navega em nosso site. Esses cookies podem ser ativados tanto no nosso website quanto nas plataformas dos nossos parceiros de publicidade, como Facebook, Google e LinkedIn.
Olá leitor, o portal O Tempo utiliza cookies para otimizar e aprimorar sua navegação no site. Todos os cookies, exceto os estritamente necessários, necessitam de seu consentimento para serem executados. Para saber mais acesse a nossa Política de Privacidade.