De janeiro a maio deste ano, 61.456 turistas brasileiros visitaram o Peru, e a maioria deles é mineira. É que Minas Gerais é o terceiro Estado emissor de turistas para o país, motivo que fez com que Belo Horizonte recebesse pela primeira vez o road show Peru 2017, realizado pela Promperú (Comissão de Promoção do Peru para a Exportação e o Turismo).
O evento, que aconteceu na última quarta-feira (18), no hotel Othon Palace, foi realizado para celebrar o crescimento turístico de 10% em comparação com o ano passado e promover, ainda mais, o turismo e a gastronomia do Peru junto a profissionais do trade turístico, como redes de hotéis, operadores, agências e transportadoras de 15 empresas peruanas.
Vale destacar que, atualmente, há 52 voos diretos semanais ligando o Brasil ao Peru, partindo de São Paulo (33 voos), Rio de Janeiro (sete voos), Porto Alegre (sete voos) e Foz do Iguaçu (cinco voos).
Esse número de voos diretos por semana aumentará para 56 a partir do dia 31 de outubro de 2017, com a chegada de um novo voo saindo do Rio de Janeiro, da Latam, com quatro frequências semanais.
Para ressaltar a gastronomia peruana como um importante motivador de viagem, o evento contou com um almoço elaborado pelo premiado chef peruano Marco Espinoza, dono de grandes restaurantes no Brasil, como o Lima Restobar (SP), o Muju (Porto Alegre) e o Taypá (Brasília).
Projetos que potencializam o país no que se refere à exportação de alimentos, como o Super Foods Perú, e à gastronomia do país, como a Peru Week, também foram apresentados. (com Lorena Martins)
Destino para feriados prolongados
Road show
Magda Nassar, presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) fala de sua gestão à frente da entidade, sobre o Experiências Braztoa, que aconteceu no último dia 22 em Belo Horizonte, e quais as previsões de crescimento do setor no país
É o segundo mandato da senhora à frente da Braztoa. Quais os desafios da nova gestão?
A Braztoa é um desafio em todos os dias. É muito trabalho, eu posso te dizer sem nenhum tipo de falsa modéstia, que nós somos a associação mais ativa do país. Atendemos a um grupo pequeno, são 90 associados, mas que tem o maior faturamento hoje do país em nível de associação. Temos um grande número de eventos, estamos à frente do nosso tempo, do tempo dos operadores, de trazermos aos associados ferramentas diferentes para eles trabalharem. Estamos hoje no laboratório de startups criando ferramentas para que elas (operadoras) possam trabalhar melhor e, consequentemente, vender melhor. A Braztoa sempre está inovando. Temos alguns eventos pela frente, fechamos o ciclo do Experiências Braztoa em Belo Horizonte, mas ainda temos o Convenções Braztoa e o evento da Abav (Associação Brasileira de Agência de Viagens) com a Braztoa. Desde o ano passados fizemos um acordo e, agora, a feira da Abav é assinada junto conosco. No ano que vem já trabalhamos com algumas novidades – que ainda não podemos contar. Estamos à frente do que os outros fazem.
Quais seriam esses avanços conquistados pela entidade?
O prêmio Braztoa de sustentabilidade, por exemplo, lançado pela entidade há uns 7 ou 8 anos, é o único reconhecido pela Organização Mundial do Turismo (OMT). É um prêmio importante. Para nós, a sustentabilidade não é só ambiental, mas é do próprio negócio, da vida, de como cada um conduz suas coisas. Estávamos conversando com o pessoal do Sebrae para que eles inscrevessem o Sebrae Lab no prêmio de sustentabilidade, porque é um espaço incrível para as pessoas virem e pensarem. É importante que uma associação leve para o associado o bom inesperado. E a gente trabalha também, além de todos os eventos e ideias, com a questão das leis. Toda semana estou junto à Mônica, que é nossa CEO em Brasília, para resolver um grande problema que é a questão do ISS em São Paulo. Tivemos problemas também com o imposto de renda sobre as remessas, que já resolvemos parcialmente, enfim, temos vários temas políticos que, no Brasil, são difíceis de resolver. As associações têm um papel importantíssimo em um país instável como o nosso.
O que o Experiência Braztoa Sudeste traz de diferencial para operadores e agências de viagens da região, em especial para Belo Horizonte?
Temos associados e filiais que são daqui, de Belo Horizonte, que conhecem muito bem o público local. Para a capital mineira, procuramos trazer caravanas do interior do estado e do Rio de Janeiro (quase 90 agentes). É importante que a gente entenda que o Brasil inteiro consome viagens. E consome muito. Belo Horizonte é um importante polo de vendas. Todo mundo concentra-se muito em São Paulo, mas todas as cidades são importantes e a Braztoa está feliz em poder fazer um evento também em Belo Horizonte.
Como está a expectativa para as operadoras de turismo neste ano?
Há previsão de um crescimento melhor que em 2016? Eu trabalho no turismo há quase 40 anos e o ano passado, com certeza, foi um dos piores anos do turismo, porque além da crise profunda que estourou no Brasil, tivemos uma instabilidade cambial muito grande: um dólar comercial de R$ 4 que vinha numa toada de R$ 2. Além de todos os problemas corriqueiros, ainda tivemos mais esses citados. Hoje a gente entende que o brasileiro colocou a viagem dentro do orçamento familiar. Além disso, a gente vê agora um momento de recuperação em relação ao ano passado. A economia está melhor, um pouco mais aquecida. Ainda não é o ideal, mas é um momento que já dá para discutir um pouco, já dá para respirar. Temos um dólar em estabilização em queda, que é sempre melhor que estabilização em alta. Temos ofertas muito boas, preços competitivos. Não sei se dizer se a gente fecha o ano em um crescimento de dois dígitos, mas é bem provável. É um ano de uma recuperação inesperada, principalmente pelo momento político ainda instável no país.
Historicamente, o segundo semestre sempre foi o melhor para vendas. Em especial, a baixa temporada neste ano (entre os meses de agosto e novembro) pode garantir melhores oportunidades para operadores e viajantes, principalmente nesse cenário de recuperação da crise?
A baixa temporada traz oportunidades num momento em que o país ainda vive instabilidade e que há um nível de desemprego grande. Enfim, temos problemas econômicos, mas se você aparece com preços especiais e formas de pagamento diferenciadas, o consumidor reage. Viagem virou um item essencial. Hoje, a gente vê famílias viajando na baixa temporada, famílias com filhos pequenos e filhos maiores. São oportunidades importantes. Se a gente divide e conta por mês, a baixa temporada passa a ser até mais importante que a alta. (Com Paula Coura)