Gol contra
O melhor da festa é esperar por ela? Há controvérsias. Principalmente no Brasil. A Copa do Mundo e os 7 a 1 são um exemplo neste ano de Copa da Rússia. Neste mesmo 2018 de eleições para presidente, o julgamento de Lula, hoje, em Porto Alegre, acena com ares de velório para muitos brasileiros – no mínimo, 50 milhões, que desejam, mas acham que não vão vê-lo algemado e sendo “hóspede do Estado”.
Gol de placa
Muita gente achou cruel e um exagero algemar o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, depois de ele perder as mordomias do presídio no Rio e ser transferido para o Paraná, fazendo política da boa vizinhança com Eduardo Cunha. Gente que não se horroriza ao ver bandidos “comuns” algemados.
Gol anulado
O que a maioria das pessoas não suporta é ver que a Justiça não é cega; usa lente de aumento e pinça. O que Lula tem que Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Marcelo Odebrecht, Delcídio do Amaral (mesmo senador) e outros – inclusive os amigos que Gilmar Mendes conseguiu soltar – não têm?
Gol, pão e circo
E no sempre bipolar Facebook, lê-se coisa do tipo: “América Latrina. Só país de desocupados põe telão na avenida para exibir julgamento de condenado”. Na esteira, mui pertinentes comentários: “As grandes execuções sempre foram públicas: machado, forca, fogueira no cadafalso. Até mesmo os fuzilamentos que normalmente eram confinados aos quartéis e pátios de prisão. O de O.J. Simpson, nos EUA, virou série de TV. E no Brasil, provavelmente, muito desocupado, na verdade, está desempregado”.
Jussara Naves e Darcy Bessone
Mariana e Mayara Fernandes
curtas e finas
Um cálculo catártico e sem vergonha para pouquíssimos e desesperador para a imensa maioria dos miseráveis: o seu salário diante da realidade brasileira.
Os rendimentos dos brasileiros são baixos e insuficientes. Mas você tem ideia de quanto seu salário é próximo ou distante em relação ao da maioria da população?
Relatório Oxfam 2017: bilionários ficaram com 32% da riqueza produzida no ano.
E no país da desigualdade extrema, que humilha a generosidade e a sensatez: cinco brasileiros têm a mesma riqueza que a metade mais pobre.
E no país do “túnel do tempo”, do “em algum lugar do passado”, o país que humilha Darwin: Collor e Lula, querendo... Com chances de um repeteco de 1989 que, esperamos, não ocorra jamais.
E no país que humilha a lógica, anteontem, em BH, um bloco de rua na rua Pium-í gritava: “1,2,3... 4,5 mil, queremos Bolsonaro presidente do Brasil!”.