Assunto que ganha cada vez mais relevância no setor automotivo são as fusões entre grandes grupos montadores de automóveis. Ainda que pese o fato de que muitos desses comentários se mantenham na esfera da especulação, diz o velho ditado que onde há fumaça há fogo, portanto é melhor manter-nos atentos.
Contudo, o mais eloquente deles, que conta com a francesa PSA e alemã Opel no centro das atenções, acabou de sair do campo das possibilidades para se tornar oficial. Foi confirmada, na última segunda-feira (6), que tanto a filial Opel/Vauxhall da GM como as operações europeias da GM Financial passaram a integrar o Grupo PSA nos termos de uma transação que eleva o valor dessas atividades a € 1,3 bilhão e € 0,9 bilhão, respectivamente.
Como é do conhecimento geral, a PSA é uma joint venture que reúne as marcas Peugeot e Citroën embaixo do mesmo guarda-chuva. Fundada pela família Peugeot em 1896, a montadora abriu há pouco mais de três anos seu capital ao Estado francês e à companhia Dongfeng, a segunda maior montadora da China. Na ocasião acumulava perdas de € 2,3 bilhões. O controle passou às mãos dos investidores, e a decisão se mostrou acertada: no fim do último exercício, a PSA registrou € 1,73 bilhão de lucro, quase o dobro dos € 899 milhões do verificado em 2015.
Quando a operação foi comunicada, Thierry Peugeot reconheceu que a entrada de investidores chineses no capital representaria uma revolução na empresa. “Trata-se de uma nova página na história de PSA Peugeot Citroën”, afirmou, assegurando que a “perenidade” e “o crescimento futuro” dependiam da iniciativa. O grupo também comemorou a possibilidade de programar investimentos estratégicos, reforçar sua liquidez e reduzir os encargos de suas operações de refinanciamento. Parece até que imaginava, um dia, que a empresa fundada por seu bisavô e que encontrava-se próximo à bancarrota iria se recuperar a ponto de ter cacife para comprar um concorrente de peso.
E não é que ele estava certo? No fim do mês de fevereiro, durante a apresentação dos resultados financeiros do período, o atual presidente da PSA, o português Carlos Tavares, afirmou em coletiva que a compra da Opel iria aumentar a base de clientes da PSA, dona da Peugeot e da Citroën, e criaria um campeão automóvel europeu. “O nosso interesse é que (a Opel) continue a ser alemã”, afirmou Tavares.
Importante ressaltar que a Opel é uma marca alemã que pertence à General Motors Corporation há 90 anos e representa, hoje, o único braço europeu da gigante norte-americana no Velho Continente. No pacote, está incluída também a compra da inglesa Vauxhall, que atua no Reino Unido e também faz parte do acervo de marcas que formam a GM. Mas o negócio é sério na Europa, e os governos dos países envolvidos se preocupam com a estabilidade dos funcionários e, mesmo sem entrarem diretamente, monitoram de longe, para proteger seus compatriotas.
Os franceses estão em entendimento com os sindicatos europeus e o conselho empresarial da Opel para tratar sobre o impacto da compra na empresa e na vida de seus 3.790 funcionários. Com os empregos garantidos e a certeza de que os acordos trabalhistas serão respeitados, o governo alemão se mostrou favorável ao negócio. “Cabe agora às empresas envolvidas conduzir as negociações até o fim, e o governo alemão vai acompanhá-las de forma positiva”, disse Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel.
Para terminar, a compra das duas marcas pela PSA faz nascer o segundo maior grupo automotivo da Europa, atrás da Volkswagen e à frente da Renault. O anúncio era esperado para algumas semanas, mas acabou sendo antecipado. O valor do negócio atingiu a significativa cifra de € 2,2 bilhões.
Mas não só franceses e alemães estão unindo-se, tem italiano querendo casar com americano, mas isso é assunto para outra oportunidade.
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