A guerra dos EUA
Estatísticas comprovam: os EUA estão deixando de ser a maior economia. Na comparação do PIB pela paridade do poder de compra, segundo o FMI, os norte-americanos já foram superados em 2014, quando seu peso na economia global caiu para 16% contra 16,6% da China. A diferença hoje é maior: 17,9% a 15,6%. E segue subindo. É nesse contexto que se situa a guerra comercial aberta pela Casa Branca com a sobretaxação do alumínio e aço. A medida dá início a políticas agressivamente protecionistas para turbinar o PIB norte-americano e melhorar sua posição relativa no globo, quiçá recuperando a liderança. A ‘guerra do aço’ não é só do aço, nem só de Trump. É uma guerra de hegemonia: os EUA tentam salvar o seu império.
América primeiro
Trump alegou “segurança nacional” para iniciar a guerra. É mesmo disso que se trata. Em 150 anos, o império dos EUA nunca foi tão ameaçado. No ritmo que crescem, os chineses consolidam a liderança econômica em dez a 15 anos. E aí, como líderes, eles continuarão aceitando o dólar como moeda de troca internacional? Claro que não. Por sua vez, como os EUA irão bancar a maior máquina de guerra da história sem o controle da moeda global? Não poderão. O slogan América First de Trump significa manter os EUA como primeiros no mundo. A perda da primazia econômica, a mais relevante, coloca em cheque o poderio militar, tecnológico, cultural, enfim, todos os pilares da cadeia da hegemonia norte-americana.
Amigo do inimigo
O inimigo-alvo dos norte-americanos é obviamente a China. Mas não só. Um dos mais afetados pela sobretaxa do aço, o Brasil já vem sendo tratado pelos EUA como um não-amigo; foi excluído do roteiro da visita do secretário Rex Tilerson à América do Sul em fevereiro. E pode passar à condição de inimigo por ser um dos principais parceiros dos chineses. O embate EUA X China deixa o Brasil em posição delicada, prensado entre dois titãs. Mas também traz oportunidades. Em sua retaliação, os chineses já ameaçam boicotar a soja norte-americana. O que os forçaria a comprar mais grão brasileiro.
Inimigo útil
Enquanto enfrenta a China, Trump tratará de manter seu teatrinho com Kim Jong-un. Fomentar o conflito com a Coreia do Norte serve aos objetivos norte-americanos: nada como uma ameaça nuclear para reforçar o papel de xerife dos EUA no mundo. E distrair atenções da guerra que importa: a comercial. Goste-se ou não, Trump é inteligente demais para ser subestimado.
Amélia Kennedy, Fabiana Meirelles e Cláudia Ximenez celebrando o Dia da Mulher na Confraria do Fogão a Lenha.
Nome presente
Continua o périplo tucano ao gabinete do presidente da Câmara de Belo Horizonte, Henrique Braga. Nesta semana passaram por lá quatro deputados, estaduais e federais. O vereador se tornou uma espécie de desafiante de Aécio Neves ao se lançar pré-candidato ao Senado pelo PSDB. Há duas vagas. Ocorre que toda legenda costuma negociar a segunda vaga para formar alianças.
Ilustre ausente
Aécio segue repetindo a interlocutores que disputará a reeleição. Mas não tem sido visto em Minas. Se ele está fazendo campanha, ninguém sabe ou vê. Ao que parece, o senador aposta no recall do nome e do seu governo e na propaganda eleitoral na TV para alavancar a votação nas urnas.
Agenda do papa
Se seguir a orientação do Vaticano, a comunidade católica brasileira irá se concentrar durante a campanha eleitoral na defesa de uma pauta que o papa chama de 3T: terra para produção, teto para abrigo e trabalho para sustento. Francisco lançou a agenda do T para todo o continente latino, aonde 70% da população irá às urnas até o fim do ano para eleger novos governos.
A última profecia
Marqueteiro e consultor de um dos maiores institutos de pesquisas do país previu esta semana que até meados do ano o PSDB irá substituir Alckmin por João Doria como candidato para viabilizar sua campanha presidencial.