A jogada
Antes de renunciar no Senado, Clésio Andrade articulou e executou o seu maior lance até aqui na sucessão estadual: a indicação de Sílvia Reis, do PRTB, para vice do candidato do PSB e de Eduardo Campos ao governo de Minas, Tarcísio Delgado.
Conexões
A ligação da candidata a vice-governadora com o ex-senador solta aos olhos: apesar de filiado ao PMDB, Clésio mantém sob seu controle o PRTB mineiro, onde colocou na presidência o seu principal assessor há muitos anos, Aristides França, marido de Sílvia. O PRTB funciona como uma linha auxiliar para a movimentação política do ex-senador peemedebista.
Pau mandado
Outra evidência de que Sílvia entrou na chapa do PSB pelo apadrinhamento do chefe do PRTB, e não exatamente por atributos próprios, é a sua densidade eleitoral quase nula: em 2012, a atual candidata a vice-governadora disputou para vereadora em Belo Horizonte e recebeu meros 114 votos. Ela não fez campanha. Só emprestou o nome para compor a cota de mulheres da chapa do partido que seu marido dirige para Clésio.
Dois coelhos
Ainda a propósito de Clésio: ele viaja hoje aos Estados Unidos para se tratar de uma necrose no fêmur. Mas não foi a doença o motivo único ou principal de sua renúncia. Se fosse para cuidar da saúde apenas, ele poderia ter pedido licença não remunerada do cargo. Ao abrir mão do mandato em definitivo, ele atingiu outro objetivo não menos crucial: remeter à Justiça estadual o seu processo no Mensalão Mineiro que tramita no STF.
Atrás vem gente
Outros peemedebistas, além de Clésio, vêm se aproximando da campanha do PSB em Minas. Dois exemplos são o ex-prefeito Zaire Resende e o ex-senador Ronan Tito, ambos da ala histórica do partido, egressos do velho MDB, como o próprio Delgado, que só recentemente veio a deixar o PMDB, legenda onde militou durante décadas e da qual chegou a ser líder na Câmara Federal. A candidatura de Delgado virou uma espécie de abrigo para peemedebistas refratários à aliança do seu partido com o PT.
Gene político
A construtora do viaduto que desabou em BH, a mineiríssima Cowan, tem um longo histórico de relacionamentos políticos. Seu fundador Walduck Wanderley, morto em 2004, colecionava amigos no meio político emprestando jatinhos, patrocinando festas e financiando campanhas. Foi muito próximo de Mário Andreazza, ministro dos Transportes na era militar, quando a Cowan teve seu auge. E manteve ótimas relações com o governo Hélio Garcia, do qual foi um dos maiores executores de obras.
Bon vivant
Walduck também colecionava carros e mulheres. Em 1996, quando abriu sua vida e seu patrimônio à revista “Exame”, ele possuía 25 automóveis, dez deles Mercedes. Diz a lenda que, nessa época, o empreiteiro chegou a ter mais de 30 namoradas. À revista ele disse que mantinha “só dez fixas” e “algumas outras que vem e vão embora”.
Água limpa
Pimenta da Veiga é o primeiro a colocar o nome nas ruas: jovens arregimentados por seu comitê, a “Equipe 45”, vêm distribuindo propaganda em pontos movimentados de BH desde o início da semana. Ao arrancar na frente, o tucano pretende acelerar o seu crescimento nas pesquisas de modo a encostar no adversário petista até o início do programa na TV em agosto.
Bem cozido
Mais atrasado ou menos apressado na organização do palanque, o líder das pesquisas, Fernando Pimentel, segue trabalhando nas preliminares de campanha. Nesta segunda-feira, ele tirou fotos com os candidatos a deputado da sua coligação. O petista vai usar a publicidade dos aliados para difundir seu nome no interior.
Retomada
A inauguração hoje do Parrilla e Pizzeria Boulevard, no Shopping Boulevard, marca a volta dos eventos sociais em Belo Horizonte, praticamente paralisados durante a Copa. A nova casa é uma filial do restaurante que Paulo Emílio Leitão tem no Diamond.