Aliança do “centro”
A saída de cena de Luciano Huck derrubou as expectativas de lançamento de um ‘outsider’ para encabeçar uma campanha competitiva no campo da centro-direita. E com isso acelerou as articulações em torno dos ‘insiders’ a postos na área, basicamente dois: Henrique Meirelles e Geraldo Alckmin. Os líderes da coalizão governista, incluindo Michel Temer, correm para costurar uma aliança que viabilize um nome do “centro”. A ideia é dar ao candidato a maior coligação e o maior tempo de TV, muita estrutura para ultrapassar o extremista Bolsonaro, hoje o nome do campo mais perto do segundo turno.
Nome do “pibinho”
Na última sexta-feira, o anúncio do PIB de 0,1% no terceiro trimestre jogou água fria na opção Meirelles. O número veio baixíssimo; um crescimento apenas simbólico. De fato, a economia ficou estagnada. O que detona o principal trunfo de Meirelles. Ele pretendia se cacifar como ministro do PIB, aquele que reergueu a economia. Mas, por ora, continua ministro de um “pibinho”.
Sobra o Geraldo
Com Meirelles detonado e sem um “outsider” à mão, o campo centro-direita, ou grande parte dele, começa a rumar para o governador tucano. Este está virando alternativa para a maioria dos governistas, o escoadouro inevitável da coalizão de partido que se formou pós-impeachment: eles não têm para onde correr, eis a verdade. Geraldo Alckmin é o que vai sobrando.
Novo chefe
O delegado Rodrigo Teixeira, que foi subsecretário de Defesa Social no governo Pimentel, assume neste mês a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Minas. Ele foi o segundo mais votado na lista tríplice eleita da Associação Nacional de Delegados e o preferido do diretor da PF, Fernando Segóvia.
Walter Ribeiro, Nathália Gatti Walter e Lugério Vilela.
Lista cresce
A percepção de que a eleição para senador está totalmente aberta em Minas segue atraindo candidatos à disputa. Agora, é o deputado estadual Anselmo Domingos, do PTC, quem anuncia a intensão de concorrer ao Senado.
Próximo lance
A disputa no partido-palanque de Bolsonaro segue rendendo. O deputado Marcelo Álvaro Antônio informa que uma nova comissão provisória deverá ser nomeada no PEN/Patriota em Minas “na próxima semana”. Segundo o deputado, que pode coordenar a campanha bolsonarista, a direção nacional já destituiu a antiga comissão, considerada “irregular e fraudulenta”.
Dois mundos
A confiança dos empresários na economia já voltou aos patamares de 2014, anteriores à crise, segundo os últimos índices da FGV. Por outro lado, o otimismo popular chegou ao nível mais baixo em oito anos no Ibope, com 76% dos entrevistados dizendo esperar situação pior ou igual em 2018. As percepções de empresários e cidadãos sobre a economia vão ficando cada vez mais díspares. É como se habitassem países diferentes.
Somos todos inúteis
Mais de um mês após a portaria da Infraero, a reabertura da Pampulha para voos longos ainda divide opiniões inflamadas, com uns contra e outros a favor, mas não provoca reação prática das autoridades e da sociedade em relação ao que realmente importa no caso: o fato de que a medida é obra do deputado paulista Waldemar Costa Neto. Inútil discutir se é bom ou ruim para BH e Minas: isso não entrou nas considerações da Infraero, que só quis atender o partido que a controla, o PR. Por isso mesmo, boa ou ruim, a medida é um escracho com os mineiros, feito de bobocas.
Pecado original
A reabertura da Pampulha foi uma das duas medidas publicadas no “Diário Oficial da União”, no dia da votação da segunda denúncia contra Michel Temer, para atender especificamente o PR, que tem 38 votos na Câmara e controla no governo a área dos transportes. A outra medida foi tirar Congonhas do plano de concessões e deixar este grande aeroporto nas mãos da Infraero. A estatal fatura alto em seus terminais com taxas e pontos de comércio.