Boca fechada
Fernando Pimentel determinou aos seus secretários e altos assessores que permaneçam silenciosos e discretos, evitando comentários na mídia sobre assuntos que não sejam específicos de suas respectivas áreas. O governador quer evitar ruídos e polêmicas desnecessárias.
Sem mosquito
A preocupação em gerenciar a informação tem sido observada também no Planalto, com Dilma restringindo suas falas públicas e centralizando em seu gabinete a comunicação do governo. Essa política da boca fechada se explica pela posição delicada em que se encontram os governantes, com um conjunto formidável e inédito de problemas para administrar.
Próximo na fila
Não bastassem os já existentes, um novo problema está a entrar na pauta dos governos no país: a elevação da taxa de desemprego, como consequência inevitável do ajuste recessivo na economia. O próprio setor público deve restringir as vagas de trabalho para poupar recursos e equilibrar suas contas. Na área privada, as demissões começaram há meses e estão subindo.
Depois da curva
A boa notícia é que, apesar da tempestade no horizonte, não se vê ninguém descabelando no mercado financeiro. E não há pânico nessa área porque já se vislumbra uma saída à frente: após a embicada recessiva nos próximos meses, derrubando a taxa de inflação, o BC deverá deixar o dólar subir às alturas para baratear o produto brasileiro. O câmbio será um dos eixos do novo Plano Nacional das Exportações, prometido por Dilma esta semana.
Sem acesso
O Instituto Aço Brasil (IABr) não se reuniu nenhuma vez com Dilma desde o primeiro mandato, apesar dos vários pedidos de audiência. Nesses quatro anos, Jorge Gerdau deve ter sido o único empresário do setor siderúrgico a ter entrada fácil no Planalto e acesso à presidente.
Jeito de ser
O caso do IABr não é isolado. Outras entidades e muitas empresas também já tentaram sem sucesso chegar a Dilma. Ela é mesmo fechada e arredia. Diferente de Lula que recebia empresários de braços abertos.
Transição
Com o consenso interno já formado, o debate na Câmara de BH sobre a substituição da verba indenizatória por sistema de licitações está se dando agora sobre o processo de implantação da medida. A tendência na Casa é fazer a mudança em prazo de até seis meses, para adaptação dos vereadores e da própria administração aos novos modos de contratação de serviços.
Manda ver
O presidente Wellington Magalhães e o líder do prefeito, Wagner Preto, que fazem a nova dupla forte da casa, estão decididos a colocar em prática o projeto. Wellington particularmente se mostra empolgado com a iniciativa, pioneira no país: “A Câmara de BH vai dar exemplo para o Brasil”, diz.
Coisa de macho
Mais de 40 executivos já passaram pela PF do Paraná, pegos na Operação Lava Jato. E nesse imenso rol de suspeitos, apenas uma mulher: a doleira Nelma Kodama, parceira de Youssef no esquema de lavagem de dinheiro e já condenada. Não que o gênero feminino seja menos propenso a crimes. Simplesmente, as mulheres brasileiras estão excluídas dos círculos mais altos do poder e da grana, onde rola a corrupção graúda.
Perigando
A reeleição de Renan Calheiros na presidência do Senado está seriamente ameaçada após o lançamento da candidatura de Luiz Henrique, também do PMDB. O novo candidato está atraindo votos na situação e na oposição. Ele não tem a imagem desgastada como Renan. Não incomoda o Planalto. E por ser peemedebista, sua eleição também preservaria a tradição na Casa de ter na presidência um membro do partido com maior bancada.